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Inflação perde força com queda dos agrícolas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Embalada pela queda das commodities agrícolas, a inflação desceu ladeira abaixo: o IGP-10 (Índice Geral de Preços que mede a inflação entre os dias 10 de um mês e do outro) baixou de 2% em julho para 0,38% neste mês, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Trata-se do menor índice desde o 0,22% de julho de 2007.
A perda de fôlego da inflação ficou concentrada nos produtos agrícolas no atacado, cuja queda de 1,98% neste mês seguiu o ritmo de redução das commodities internacionais.
Somente a soja caiu 6,51%. Em julho, os agrícolas registraram alta 4,46%.
Diante desses resultados, o IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu 0,25% neste mês (ante 2,54% em julho). Mas os produtos industriais não caíram com força -passaram de 1,71% em julho para 1,13% neste mês.
"A descompressão da inflação está ligada em grande parte à queda dos agrícolas. A queda tende a se estender, mas talvez não com a mesma intensidade de julho e do começo deste mês", diz Fábio Romão, economista da consultoria LCA.
Para Salomão Quadros, coordenador da FGV, "o pior da inflação já passou", embora novas altas não estejam descartadas. "Temos uma inflação internacional. Não sei se ela permanecerá nesse patamar, principalmente pelos produtos agrícolas, que estão instáveis."
A tendência de recuo no atacado influenciou os preços no varejo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) caiu de 0,65% em julho para 0,36% neste mês. O resultado refletiu principalmente a desaceleração dos preços dos alimentos -de 1,56% em julho para 0,13% neste mês.
Para Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-RJ, a menor pressão sobre a inflação vai perdurar no atacado, mas não chegará com toda a intensidade no varejo.
Colaborou CIRILO JUNIOR, da Folha Online
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