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Horiguchi prevê estragos inevitáveis para região
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo que a economia dos Estados Unidos se recupere no segundo semestre de 2003, alguns
estragos resultantes do enfraquecimento da economia norte-americana e da pneumonia asiática
serão inevitáveis para a região.
As opiniões são de um dos
maiores especialistas em Ásia, o
japonês Yusuke Horiguchi, diretor e economista-chefe do prestigiado IIF (The Institute of International Finance).
Leia a seguir trechos da entrevista de Horiguchi, que já foi diretor do Departamento de Ásia do
FMI (Fundo Monetário Internacional), à Folha.
(ÉRICA FRAGA)
Folha - As economias asiáticas
estão se enfraquecendo?
Yusuke Horiguchi - Em alguns
países, como a Coréia [do Sul", o
crescimento econômico tem se
enfraquecido. É claro que a desaceleração dos Estados Unidos tem
prejudicado as economias asiáticas, de forma geral. Mas, no caso
da Coréia, há incertezas em relação às políticas que serão perseguidas pelo governo. Existe o problema com a Coréia do Norte. Há
também alguns casos de escândalos corporativos. Com isso, depois de crescer cerca de 6% no
ano passado, a Coréia deverá se
expandir 4% este ano.
Folha - E os outros países?
Horiguchi - Nos casos de Cingapura e Hong Kong, acho que a
emergência da Sars (pneumonia
asiática) é o principal problema.
Turismo, viagens de negócios,
vendas no varejo, restaurantes e o
setor de entretenimento estão todos sendo severamente afetados.
Até a economia chinesa poderá
ser afetada no futuro pela Sars,
embora o crescimento do primeiro trimestre deste ano ainda tenha
sido muito forte.
Folha - Isso prejudica as perspectivas econômicas da região?
Horiguchi - Há ligações comerciais e financeiras entre esses países. É claro que, se países como
Coréia, Hong Kong, Cingapura e
China forem muito afetados, o
resto da Ásia não ficará imune.
Mesmo que a economia dos
EUA se recupere-como nós estamos prevendo-no segundo
semestre do ano, ainda assim haverá algum prejuízo para os países asiáticos. Mas, ainda assim, os
importantes elementos de suporte para que as economias asiáticas
cresçam estarão presentes.
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