|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministério do Turismo decide negociar estratégias e descarta onerar navios
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério do Turismo
afirma que não está em seus
planos onerar mais o transporte de passageiros em cruzeiros
para beneficiar o setor hoteleiro, mas diz que tem discutido
com donos de resorts estratégias para aumentar a atração de
turistas e diminuir os custos.
"Nosso papel é incentivar o
turismo no Brasil em todos os
setores. Tentamos ser parceiros da hotelaria para ajudá-la a
resolver o problema de baixa
ocupação. Mas não podemos
onerar um setor para minimizar os momentos de crise de
outro. A intenção do ministério
é desonerar, na medida do possível, todos os segmentos", diz a
assessora da Secretaria Nacional de Políticas do Turismo,
Mara Flora Krahl.
Para ela, o melhor caminho a
buscar no caso brasileiro é repetir a experiência do Caribe.
"Lá, eles convivem muito bem e
há uma sinergia muito saudável. O turista que conhece um
local num cruzeiro pode voltar
depois para ficar num resort."
Álvaro Mello, da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis, discorda. "Muitos dificilmente voltarão. Além disso, ouço dos agentes de viagem [Mel-
lo é presidente do conselho do
grupo Othon] a reclamação de
que eles não conseguem levar
os passageiros para outros programas na cidade, já que no navio eles têm pensão completa."
O diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens,
Leonel Rossi, diz entender as
razões de cada lado na disputa
entre cruzeiros e resorts.
"Acho que os hotéis têm alguma razão ao dizer que pagam
mais impostos, mas, ao mesmo
tempo, acredito que não adianta fazer reserva de mercado. No
mundo inteiro é assim. O que
os resorts têm que fazer é ter
uma política mais agressiva de
vendas e tentar vantagens de financiamento ou impostos com
o governo para empatar esse jogo", diz Rossi. Para ele, do ponto de vista dos agentes de viagem, o melhor é ter opções.
Alexandre Zubaran, da associação dos resorts, reclama ainda de outros fatores. "Os resorts não conseguem surfar no
bom momento da economia
porque ainda têm que lidar
com o câmbio muito adverso,
com políticas equivocadas como a cobrança de visto para importantes países emissores de
turistas e, também, com a situação da aviação civil nacional, que ainda não conseguiu
repor a sua malha aérea."
Texto Anterior: "Resorts têm de arrumar a casa", diz executivo Próximo Texto: Ouro e design turbinam embarque de jóias Índice
|