São Paulo, domingo, 20 de julho de 2008

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Ministério do Turismo decide negociar estratégias e descarta onerar navios

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério do Turismo afirma que não está em seus planos onerar mais o transporte de passageiros em cruzeiros para beneficiar o setor hoteleiro, mas diz que tem discutido com donos de resorts estratégias para aumentar a atração de turistas e diminuir os custos.
"Nosso papel é incentivar o turismo no Brasil em todos os setores. Tentamos ser parceiros da hotelaria para ajudá-la a resolver o problema de baixa ocupação. Mas não podemos onerar um setor para minimizar os momentos de crise de outro. A intenção do ministério é desonerar, na medida do possível, todos os segmentos", diz a assessora da Secretaria Nacional de Políticas do Turismo, Mara Flora Krahl.
Para ela, o melhor caminho a buscar no caso brasileiro é repetir a experiência do Caribe. "Lá, eles convivem muito bem e há uma sinergia muito saudável. O turista que conhece um local num cruzeiro pode voltar depois para ficar num resort."
Álvaro Mello, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, discorda. "Muitos dificilmente voltarão. Além disso, ouço dos agentes de viagem [Mel- lo é presidente do conselho do grupo Othon] a reclamação de que eles não conseguem levar os passageiros para outros programas na cidade, já que no navio eles têm pensão completa."
O diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Leonel Rossi, diz entender as razões de cada lado na disputa entre cruzeiros e resorts.
"Acho que os hotéis têm alguma razão ao dizer que pagam mais impostos, mas, ao mesmo tempo, acredito que não adianta fazer reserva de mercado. No mundo inteiro é assim. O que os resorts têm que fazer é ter uma política mais agressiva de vendas e tentar vantagens de financiamento ou impostos com o governo para empatar esse jogo", diz Rossi. Para ele, do ponto de vista dos agentes de viagem, o melhor é ter opções.
Alexandre Zubaran, da associação dos resorts, reclama ainda de outros fatores. "Os resorts não conseguem surfar no bom momento da economia porque ainda têm que lidar com o câmbio muito adverso, com políticas equivocadas como a cobrança de visto para importantes países emissores de turistas e, também, com a situação da aviação civil nacional, que ainda não conseguiu repor a sua malha aérea."


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