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Ouro e design turbinam embarque de jóias
Instituto prevê que exportação crescerá entre 15% e 20% neste ano, após alcançar marca de US$ 1,3 bilhão em 2007
Indústria brasileira busca
avançar em mercados
emergentes, como Rússia e
países produtores de
petróleo no Oriente Médio
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Depois de alcançarem pouco
mais de US$ 1,3 bilhão em
2007, as exportações brasileiras de jóias devem crescer de
15% a 20% neste ano, prevê o
IBGM (Instituto Brasileiro de
Gemas e Metais Preciosos).
Segundo Hécliton Santini
Henriques, presidente do
IBGM, as receitas das vendas
externas aumentam não apenas pela alta da matéria-prima
-o ouro, em particular. A indústria de jóias aprimora o design das peças e avança na conquista de mercados emergentes, como Rússia e países do
Oriente Médio que se dedicam
à produção de petróleo.
Estatísticas internacionais
compiladas pelo IBGM mostram o Brasil como 23º maior
fabricante de jóias de ouro.
Desde 2004, a produção tem
oscilado em torno de 22 toneladas anuais. O uso do metal se
estabiliza porque a indústria
busca conter a alta de custos
usando cada vez mais gemas no
lugar de peças apenas de ouro.
Cresce também o uso de "material alternativo", como couro,
madeira, borracha, resinas e fibras vegetais.
O solo brasileiro é conhecido
pela diversidade de pedras preciosas. Sem contar o diamante,
o rubi e a safira, estima-se que
do país se extraía um terço do
volume de gemas do mundo. De
garimpos brasileiros, se obtêm
a segunda maior produção global de esmeraldas e a única de
topázio imperial. O Brasil também produz em larga escala citrino, ágata, ametista turmalina, água-marinha, topázio e
cristal de quartzo.
O IBGM estima que o país
conte com mais de 2.200 empresas nesse setor. Por volta de
850 trabalham com lapidação e
artefatos de pedras. Joalheria
com ouro e prata conta com
mais 750, e folheados de metais
preciosos, outras 600.
O parque industrial se concentra em São Paulo, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Rio
de Janeiro e Bahia. Novos pólos
industriais surgem, segundo o
IBGM, no Paraná, no Pará, no
Amazonas e em Goiás.
Organização
A cadeia produtiva das jóias
brasileiras se divide em dois
mundos. A indústria de joalheria de ouro e de metais preciosos investe em design, procurando manter competitividade
nos preços. "Há o DNA brasileiro [com referências a símbolos
da cultura, da flora e da fauna
típicos do país], mas sem faltar
um caráter cosmopolita", diz
Hécliton Henriques, do IBGM.
Por outro lado, a lapidação e
a fabricação de artefatos de pedras são feitas por pequenas
empresas, muitas de "fundo de
quintal". A indústria tradicional enfrenta concorrência cada
vez maior dos microateliês de
designers e ourives, além das
lojas de varejo, que procuram
cativar a clientela com atendimento mais personalizado.
Em algum lugar entre esses
dois mundos, a informalidade
campeia. No mercado interno,
já foi maior, é verdade, em torno de uns 50% há cinco anos.
Reduziu-se para a faixa de 30%
a 40%, estima o IBGM.
Estes são os motivos para
vendas sem nota: a alta carga
tributária e as próprias características do setor, que favorecem
o comércio informal -produtos de pequenos volumes e altos valores; e industrialização e
distribuição realizadas por pequenos estabelecimentos espalhados pelo país, o que dificulta
e encarece a fiscalização.
A carga tributária permanece
elevada. Em São Paulo, Estado
mais rico do país, é de 43%, enquanto a média internacional
gira em torno de 15%, de acordo
com o IBGM. Isso mesmo com
o setor tendo se beneficiado da
redução do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) de
20% para 12%.
O IBGM atribui a redução da
informalidade à crescente regularização das empresas. Para
isso, contribui o número cada
vez maior de transações comerciais com cartões de crédito, muitas delas a prazo, no lugar de cheques pré-datados.
"Há a necessidade de emitir nota fiscal", diz Henriques.
Na exportação, o registro da
informalidade praticamente
inexiste, pois há apenas incidência do Imposto de Renda.
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