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OUTRO LADO
Empresa nega discriminação e diz que vai cumprir a decisão judicial
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes da área jurídica
e de recursos humanos do Metrô
de São Paulo informaram que a
companhia não faz discriminação
entre os funcionários que movem
ações trabalhistas. Também afirmaram que vão aguardar a decisão da Justiça sobre o caso.
"Nem de longe a companhia
exerce qualquer prática de "lista
negra". Tanto que, dos atuais
8.000 funcionários, 25% têm reclamações contra a empresa. São
2.000 empregados movendo processos contra a companhia em
que trabalham", disse o gerente
jurídico Sérgio Henrique Passos
Avelleda. "Nem para promoção
isso é objeto de restrição. Há supervisores e coordenadores, que
são cargos de confiança, que têm
ações contra a empresa."
De acordo com o gerente, parte
dos empregados que pertencem
ao grupo de 311 funcionários (que
deixaram de receber mensalmente o adicional) tomou a iniciativa
de ir à Justiça. "O que o Metrô vai
fazer é esperar e se submeter à decisão judicial. Quando a questão
estiver esgotada, vamos cumprir a
determinação da Justiça. Os empregados optaram por levar a
questão da periculosidade à Justiça. Vamos aguardar."
Avelleda também afirmou que,
ao não pagar o adicional para parte dos funcionários (aqueles que
tiveram a forma de pagamento
modificada -de mensal passaram a receber o adicional só
quando fazem o trabalho de risco
de forma periódica), a empresa
quer evitar o risco de ter de pagar
esses funcionários duas vezes.
"Não vamos expor a companhia
ao risco de pagar duas vezes, via
administrativa e via judicial, caso
ganhem a ação. Acho ruim a discussão estar sendo de forma individual. Mas cada empregado fez
uma opção, de reclamar ou não
na Justiça."
Segundo Fábio José do Nascimento, gerente de recursos humanos, os funcionários que estão
reclamando correspondem a "5%
dos que têm direito ao adicional".
"O Metrô não está deixando de
pagar os que trabalham continuamente em situação de risco."
Direito
Nascimento afirmou que os empregados têm direito de contestar
na Justiça o pagamento do benefício, que antes era pago todos os
meses, mas que a decisão está amparada por laudos técnicos. "Uma
consultoria fez um estudo amplo
sobre as condições ambientais do
Metrô. Estudou-se insalubridade,
periculosidade, nível de ruído e
poluição em todos os setores. O
resultado foi que constatamos
que em determinadas áreas não
havia riscos. O corte do pagamento está vinculado a esses laudos."
O adicional, segundo os gerentes, não é um prêmio para os funcionários. "É uma penalidade
contra a empresa. O adicional não
tem sentido de remuneração e
não pode ser confundido com isso. Queremos fazer todos os esforços para eliminar cada vez
mais as condições de risco," disse
Nascimento.
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