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Estatal não pagou remuneração de diretor cedido pela Petrobras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Infraero deve R$ 104,6 mil
à Petrobras. A estatal que administra os aeroportos brasileiros
deixou de repassar a remuneração de maio do diretor comercial, Carlos Alberto Souza, alegando não concordar com os
benefícios pagos ao funcionário cedido pela Petrobras desde
outubro do ano passado.
Além do salário e vantagens,
que somaram R$ 75 mil, a Infraero deveria ter reembolsado
mais R$ 29,6 mil referentes a
encargos previdenciários e trabalhistas. A cobrança foi feita
por meio de ofício da Gerência
de Serviços de Pessoal da Petrobras, encaminhado no dia
23 de maio à sede da Infraero.
O gerente da Petrobras Jorge
Camacho cobrou o repasse e
também citou, no documento
assinado por ele, recomendações do TCU sobre cessão de
servidor, que tem salário de R$
35 mil. No texto, ressaltou ainda que, se não houver reembolso, o funcionário deverá retornar à Petrobras.
A Infraero informou, por
meio da assessoria da presidência, que decidiu questionar a
Petrobras sobre os valores do
item salário e benefícios, detalhado no demonstrativo da empresa petrolífera. No mês de
maio, a Petrobras incluiu gratificações referentes a férias.
A assessoria da presidência
da Infraero diz que o valor de
R$ 104,6 mil era superior aos
demonstrativos dos meses anteriores e, por isso, a estatal espera uma resposta sobre o valor
exato a ser repassado. A Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Apesar de o servidor ter optado por continuar recebendo o
salário da Petrobras, a Infraero
informa, por meio da assessoria
da presidência, que Souza ganha também benefícios pagos
pela estatal que administra os
aeroportos. Além de auxílio alimentação, odontológico, funeral e seguro de vida em grupo, a
Infraero paga R$ 2.400 referentes a gratificação de chefia.
Questionado se vale a pena
manter um profissional que
custa tanto, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, disse
que sim. Ele disse que os atuais
diretores assumiram os cargos
num período em que a estatal
estava sendo bombardeada
com acusações de corrupção.
"A idéia do Jobim [Nelson
Jobim, ministro da Defesa] era
uma diretoria sem nenhum
contato [com a Infraero]", disse
Gaudenzi, explicando que, para
montar a diretoria, buscaram-se nomes na Petrobras, no Banco do Brasil, na FAB e até mesmo no setor privado.
(FO)
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