São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Estatal não pagou remuneração de diretor cedido pela Petrobras

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Infraero deve R$ 104,6 mil à Petrobras. A estatal que administra os aeroportos brasileiros deixou de repassar a remuneração de maio do diretor comercial, Carlos Alberto Souza, alegando não concordar com os benefícios pagos ao funcionário cedido pela Petrobras desde outubro do ano passado.
Além do salário e vantagens, que somaram R$ 75 mil, a Infraero deveria ter reembolsado mais R$ 29,6 mil referentes a encargos previdenciários e trabalhistas. A cobrança foi feita por meio de ofício da Gerência de Serviços de Pessoal da Petrobras, encaminhado no dia 23 de maio à sede da Infraero.
O gerente da Petrobras Jorge Camacho cobrou o repasse e também citou, no documento assinado por ele, recomendações do TCU sobre cessão de servidor, que tem salário de R$ 35 mil. No texto, ressaltou ainda que, se não houver reembolso, o funcionário deverá retornar à Petrobras.
A Infraero informou, por meio da assessoria da presidência, que decidiu questionar a Petrobras sobre os valores do item salário e benefícios, detalhado no demonstrativo da empresa petrolífera. No mês de maio, a Petrobras incluiu gratificações referentes a férias.
A assessoria da presidência da Infraero diz que o valor de R$ 104,6 mil era superior aos demonstrativos dos meses anteriores e, por isso, a estatal espera uma resposta sobre o valor exato a ser repassado. A Petrobras não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Apesar de o servidor ter optado por continuar recebendo o salário da Petrobras, a Infraero informa, por meio da assessoria da presidência, que Souza ganha também benefícios pagos pela estatal que administra os aeroportos. Além de auxílio alimentação, odontológico, funeral e seguro de vida em grupo, a Infraero paga R$ 2.400 referentes a gratificação de chefia.
Questionado se vale a pena manter um profissional que custa tanto, o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, disse que sim. Ele disse que os atuais diretores assumiram os cargos num período em que a estatal estava sendo bombardeada com acusações de corrupção.
"A idéia do Jobim [Nelson Jobim, ministro da Defesa] era uma diretoria sem nenhum contato [com a Infraero]", disse Gaudenzi, explicando que, para montar a diretoria, buscaram-se nomes na Petrobras, no Banco do Brasil, na FAB e até mesmo no setor privado. (FO)


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