São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Mercado especula sobre novos sócios

ANDREZA MATAIS
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A determinação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para que o fundo americano Matlin Patterson encontre novos sócios brasileiros até o dia 7 de julho iniciou especulação no mercado sobre a quem ele se unirá para não perder a VarigLog.
Fontes ligadas ao Matlin Patterson disseram à Folha que não há interesse do fundo em vender parte da empresa para o grupo liderado por Clésio Oliveira, empresário do ramo portuário, e José Carlos Rocha Lima, ex-interventor da Varig, que já fez uma proposta oficial para entrar no negócio.
A Folha apurou que o fundo avalia haver interesse político por trás das pretensões dos dois e, por essa razão, não vê a proposta como interessante. O temor é que o grupo trabalharia para excluir o fundo da empresa e que estaria agindo em acordo com os três brasileiros excluídos da sociedade.
Uma tentativa dessa natureza teria sido feita na época em que Rocha Lima foi designado interventor por causa do litígio entre os sócios. A defesa do fundo chegou a incluir, no processo que tramita na Justiça em São Paulo, cópia de e-mail trocado entre Rocha Lima e Lap Chan, responsável pelo fundo americano, em que se falava sobre um comprador.
Rocha Lima confirmou que o interessado era Clésio de Oliveira, ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP) e ao empresário e ex-senador Gilberto Miranda. Rocha Lima admite ter relações com carlistas na Bahia.
Tanto Rocha Lima quanto Clésio negam que estejam agido em nome de políticos. "Eu tenho um grupo na área portuária que se interessa pela VarigLog e que fatura US$ 49 bilhões no mundo. Não tem político envolvido", afirmou Clésio, sem revelar, contudo, qual é o grupo.
Miranda nega que esteja por trás da compra da Varig- Log. "Não tem o menor nexo, estou morando no exterior, não quero fazer nenhum negócio do Brasil e não tenho nenhum interesse em entrar na VarigLog. Isso aí é uma encrenca", disse.
"Muito no passado chegamos a pensar em entrar na área de logística, mas desistimos", disse o senador ACM Júnior (DEM-BA), que confirma a proximidade com Rocha Lima. O ex-interventor admite que trabalha, desde dezembro de 2007, pela venda e que por essa razão foi afastado do cargo.


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