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Mercado especula sobre novos sócios
ANDREZA MATAIS
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A determinação da Anac
(Agência Nacional de Aviação Civil) para que o fundo
americano Matlin Patterson
encontre novos sócios brasileiros até o dia 7 de julho iniciou especulação no mercado sobre a quem ele se unirá
para não perder a VarigLog.
Fontes ligadas ao Matlin
Patterson disseram à Folha
que não há interesse do fundo em vender parte da empresa para o grupo liderado
por Clésio Oliveira, empresário do ramo portuário, e
José Carlos Rocha Lima, ex-interventor da Varig, que já
fez uma proposta oficial para
entrar no negócio.
A Folha apurou que o fundo avalia haver interesse político por trás das pretensões
dos dois e, por essa razão,
não vê a proposta como interessante. O temor é que o
grupo trabalharia para excluir o fundo da empresa e
que estaria agindo em acordo com os três brasileiros excluídos da sociedade.
Uma tentativa dessa natureza teria sido feita na época
em que Rocha Lima foi designado interventor por causa do litígio entre os sócios. A
defesa do fundo chegou a incluir, no processo que tramita na Justiça em São Paulo,
cópia de e-mail trocado entre Rocha Lima e Lap Chan,
responsável pelo fundo americano, em que se falava sobre um comprador.
Rocha Lima confirmou
que o interessado era Clésio
de Oliveira, ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP)
e ao empresário e ex-senador Gilberto Miranda. Rocha
Lima admite ter relações
com carlistas na Bahia.
Tanto Rocha Lima quanto
Clésio negam que estejam
agido em nome de políticos.
"Eu tenho um grupo na área
portuária que se interessa
pela VarigLog e que fatura
US$ 49 bilhões no mundo.
Não tem político envolvido",
afirmou Clésio, sem revelar,
contudo, qual é o grupo.
Miranda nega que esteja
por trás da compra da Varig-
Log. "Não tem o menor nexo,
estou morando no exterior,
não quero fazer nenhum negócio do Brasil e não tenho
nenhum interesse em entrar
na VarigLog. Isso aí é uma
encrenca", disse.
"Muito no passado chegamos a pensar em entrar na
área de logística, mas desistimos", disse o senador ACM
Júnior (DEM-BA), que confirma a proximidade com
Rocha Lima. O ex-interventor admite que trabalha, desde dezembro de 2007, pela
venda e que por essa razão
foi afastado do cargo.
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