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Ex-executivo acusa UBS de ter ajudado clientes dos EUA a ocultar US$ 20 bi
DA BLOOMBERG
A divisão de private banking (administração de grandes fortunas) do banco suíço
UBS se envolveu numa série
de esquemas destinados a
ajudar endinheirados clientes do banco nos Estados Unidos a encobrir US$ 20 bilhões
em ativos e a contornar a legislação de Imposto de Renda
do país, disse um ex-executivo do banco ao se declarar
culpado de conluio.
Bradley Birkenfeld, 43, e
seus colegas ajudaram norte-americanos ricos a esconder
recursos ao orientá-los a pôr
dinheiro e jóias nos cofres de
segurança suíços, a comprar
obras de arte e jóias por meio
de contas em paraísos fiscais
do exterior e a abrir contas no
nome de terceiros, disse ele
ontem no tribunal federal dos
Estados Unidos de Fort Lauderdale, na Flórida.
Birkenfeld coopera com
uma investigação realizada
pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre
as atividades do UBS. Disse
que as práticas descritas por
ele são comuns entre seus ex-colegas. Afirmou que o UBS
ajudou os norte-americanos
donos de grandes fortunas a
sonegar impostos mesmo depois de assinar um acordo, em
2001, que determinou que o
banco suíço identificasse os
titulares das contas e sua renda, repassando essas informações para as autoridades
fiscais americanas.
Ele disse que muitos clientes se recusaram a revelar ativos porque isso contrariava a
finalidade de efetuar transações bancárias com o UBS
-sonegar impostos.
Por escrito
"Em vez de se arriscar a
perder os cerca de US$ 20 bilhões em ativos administrados em negócios não declarados nos EUA", o UBS "ajudou clientes abastados a ocultar a
propriedade de ativos mantidos no exterior", disse Birkenfeld em documento por
escrito que acompanha sua
declaração de culpa.
O UBS faturou cerca de
US$ 200 milhões ao ano em
receita ao ajudar os clientes
de alta renda a realizar práticas como fundar instituições
de fachada em paraísos fiscais
como Suíça, Panamá, Ilhas
Virgens britânicas, Hong
Kong e Lichtenstein, disse.
Em um dos casos, Birkenfeld chegou até a concordar
em comprar diamantes para
um cliente norte-americano
empregando recursos suíços.
Em outra ocasião, se colocaram ilegalmente diamantes
nos EUA por meio de "um tubo de pasta de dente", disse
Birkenfeld.
Mark Arena, porta-voz do
UBS em Nova York, preferiu
não comentar a declaração de
culpa. Ele disse que o UBS está colaborando com a investigação do Departamento de
Justiça dos EUA que apura a
possibilidade de o banco ter
ajudado os clientes norte-americanos a sonegar impostos de 2000 a 2007.
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