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GANÂNCIA INFECCIOSA
Escândalos desafiam hegemonia dos EUA
Xerife do mercado americano investiga mais seis megafraudes
Gestor de fundo vai continuar a fugir das Bolsas, revela pesquisa
Mestres da história da finança dizem que mundo crescerá menos
DA REDAÇÃO
A derrocada das Bolsas, a queda do dólar e o risco de
contágio da economia "real" ainda podem crescer bastante, a julgar por pesquisa da maior corretora de ações
dos EUA e por relatórios de bancos americanos. Pesquisa da Merrill Lynch com administradores de fundos de
ações nos EUA revela que 82% deles avaliam que não é
hora de ficar nas Bolsas -eles administram US$ 711 bilhões. A agência americana que fiscaliza o mercado investiga 18 grandes empresas. Segundo dois bancos dos
EUA, haverá ao menos seis novos escândalos contábeis
da magnitude dos que acabaram por levar à quebra empresas como a companhia de energia Enron e ameaçam
a dissolução da gigante das comunicações WorldCom.
Dois dos maiores historiadores americanos das finanças globais, Barry Eichengreen e Robert Brenner, concordam em entrevista à Folha que o transe no mercado
vai reduzir o crescimento mundial. Mas Eichengreen
ressalta os riscos geopolíticos ativados pelo governo de
George W. Bush, como uma guerra no Iraque, a possibilidade de um ajuste apenas moderado e um aumento da
regulação dos mercados. Brenner, mais pessimista, alerta para um ajuste forte do dólar, uma crise grave para os
emergentes e a dimensão da fraude dos lucros nos EUA,
que envolveu até Bush -escândalo ignorado pela mídia
americana na eleição presidencial de 2000, como relata
Harold Evans. Geopolítica também é o tema de artigo do
cientista político Immanuel Wallerstein, de Yale, que
avalia a ascensão e o declínio da hegemonia dos EUA.
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