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Uso de banda larga cresce 48% em 1 ano
País rompe a marca de 10 milhões de conexões de alta velocidade, patamar antes previsto para ser atingido em 2010
Agora meta é de 15 milhões de conexões em 2010; ofertas de acesso pela rede das operadoras móveis é o motor desse crescimento
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros derrubaram
todas as previsões dos analistas
de mercado. Há cinco anos, estimava-se que o total de conexões à internet rápida (banda
larga) não chegaria a 6 milhões.
Dois anos depois, a previsão indicava que a saturação ocorreria em 2010, com um total de 10
milhões de conexões. Essa
marca foi batida em junho deste ano, quando o país somou
10,04 milhões de conexões, um
crescimento de 19,5% sobre o
trimestre anterior. Entre junho
de 2008 e junho de 2007, o aumento foi de 48,3%.
"Não existe mais essa história de saturação", diz Pedro
Ripper, presidente da Cisco do
Brasil, empresa americana que
vende equipamentos para as
redes de telefonia e acesso à internet e que faz o levantamento
trimestral dos acessos. "O Brasil apresenta um resultado espantoso em comparação com
outros países emergentes, e
nossa estimativa é a de que o total de conexões até 2010 deva
atingir 15 milhões. Isso caso as
operadoras móveis não lancem
produtos pré-pagos de acesso à
internet. Com um produto desse tipo, que está em estudo neste momento, o crescimento será muito mais rápido."
A participação das operadoras de celular, que vendem soluções de acesso remoto à internet por chips específicos
acoplados a computadores ou
notebooks, foi o motor da expansão da banda larga. Há um
ano, as conexões móveis não
chegavam a 250 mil, número
que saltou para 1,3 milhão em
junho deste ano, alta de 464%.
As vendas foram tão boas que
houve escassez. Segundo as
próprias operadoras, esse mercado foi subestimado. Faltou
investimento em rede, e também esgotou-se a oferta dos
chips destinados a esse tipo de
produto. Analistas de mercado
estimam que, nos últimos seis
meses (quando começou a escassez), as operadoras tiveram
de desembolsar cerca de US$ 1
bilhão no aumento de capacidade de sua rede. Os fabricantes de chips também tiveram de
dar mais atenção ao Brasil. Espera-se que, a partir de setembro, as vendas sejam normalizadas.
Esse potencial de consumo
dos brasileiros pela rede móvel
é tão grande que as operadoras
estão preocupadas. Há cerca de
um mês, o presidente da Claro,
João Cox, cogitou, em fórum do
setor de telecomunicações, a
possibilidade de uma pane na
rede da operadora (e também
na de suas concorrentes) por
uma explosão do consumo. Segundo ele, todo o setor subestimou esse consumo. Ainda segundo ele, esse é um "bom problema" resolvido com investimentos e até aumento das faixas de freqüência.
Atenta a essa situação, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estuda formas
de reunir faixas de freqüência
ociosas no país para que possam ser vendidas futuramente.
Isso porque, nas contas da
agência, o crescimento da internet rápida será maior após a
aprovação do novo marco regulatório do setor. Nele está prevista a universalização da banda larga pelas operadoras. As
estimativas apontam que, em
2015, o Brasil estará em igualdade com países vizinhos, como a Argentina e o Chile que
têm, proporcionalmente, mais
habitantes conectados.
Outro avanço registrado no
país foi o aumento da velocidade das conexões. Apesar de a
maior parte dos internautas
usar acessos discados (com velocidades baixas), de junho de
2007 a junho de 2008, a participação dos internautas que navegam com mais velocidade
(acima de 1 Mbps) subiu 26,6%,
passando de 25,9% para 32,8%.
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