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Nova investida para adiar portabilidade racha telefônicas
4 operadoras se recusam a assinar novo pedido de adiamento à Anatel; carta de sete empresas é mal recebida pela agência
Mudança tem início gradual em setembro; empresas alegam falta de tempo para ajustes, embora mudança estivesse prevista há dez anos
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Sete empresas de telefonia
voltaram a pedir à Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) o adiamento da
implantação da portabilidade
numérica, serviço que permitirá ao usuário mudar de telefone
fixo ou móvel sem alterar o número do aparelho.
A implantação está prevista
para começar em 1º de setembro. As empresas pediram o
adiamento por quatro meses,
para 1º de janeiro. A iniciativa
rachou o setor. Claro, Intelig,
Embratel e GVT se negaram a
endossar o pedido.
Dois dos altos executivos que
pleitearam o adiamento disseram à Folha que o pedido foi
mal recebido pela direção da
Anatel, que teria comunicado
seu desagrado às teles, por telefone, já na noite de terça-feira.
Os dirigentes de Oi, Telefônica, Brasil Telecom, Vivo, TIM,
Sercomtel e CTBC haviam feito o pedido da prorrogação de
maneira informal anteontem e,
ontem, formalizaram o pedido
em carta. Argumentaram que
não houve tempo suficiente
para completar os testes e que
podem ocorrer problemas no
início da implantação. Em suma, disseram não estar tecnicamente preparadas.
Claro, GVT, Embratel e Intelig discordaram. A intenção das
teles era que o pedido de adiamento fosse encaminhado à
Anatel pelas entidades da telefonia fixa (Abrafix) e das operadoras móveis (Acel).
Segundo a Folha apurou,
não houve consenso nem mesmo entre as empresas que pediram o adiamento. Brasil Telecom, Vivo e TIM achavam
que o adiamento por dois meses seria suficiente para a conclusão dos testes e ajustes. Já a
Oi e a Telefônica queriam o
adiamento por quatro meses, o
que acabou prevalecendo.
Com o racha no setor, as entidades não puderam falar em
nome de todos os associados, e
a carta acabou sendo enviada
em nome de sete operadoras.
A Claro registrou sua oposição em carta à Acel anteontem,
na qual diz que as dificuldades
e os insucessos nos testes não
serão resolvidos pelo simples
adiamento. ""Se desejamos resolver a situação e implantar a
portabilidade, é fundamental
saber onde e por que existem
problemas. (...) Desconhecida a
causa do problema, torna-se logicamente impossível definir
sua extensão e, por conseqüência, o tempo necessário para a
sua solução", disse a empresa.
Segundo o presidente da Claro, João Cox, a tele está tecnicamente preparada para iniciar
o serviço e não faria sentido para ela, que sempre defendeu
publicamente a portabilidade
como estímulo à concorrência,
pedir o adiamento a dez dias da
data de lançamento.
A GVT, por sua vez, afirmou
que defende a portabilidade
numérica e que a medida está
prevista desde a privatização
da telefonia, há dez anos. Declarou estar tecnicamente preparada para a mudança no prazo estipulado pela Anatel, mas
alertou de que ela depende do
desempenho sistêmico registrado por todas as operadoras
fixas e móveis.
Anatel
Foi a segunda vez, neste mês,
que as teles pediram o adiamento da portabilidade numérica. Na primeira carta, no início de agosto, alegaram que havia problemas técnicos e que o
tempo para testes tinha sido insuficiente. Naquela ocasião, o
presidente da Anatel, Ronaldo
Sardenberg, descartou a possibilidade de adiamento e disse
que as empresas teriam tempo
para resolver os problemas,
porque a implantação se dará
de forma gradual, ao longo de
sete meses. ""Não há margem
para flexibilizar o prazo (...). É
um processo de longa duração,
que resulta em benefício para o
consumidor e para a concorrência", afirmou Sardenberg,
no início do mês.
Mato Grosso do Sul será o
primeiro Estado a ter a portabilidade plenamente estabelecida, em setembro próximo. Em
seguida, Espírito Santo e Acre,
na primeira semana de novembro. São Paulo e outras capitais
maiores terão a implantação
concluída no início de 2009.
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