|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARRIL DE PÓLVORA
Petróleo caro ameaça lucro das empresas
DO "FINANCIAL TIMES"
Embora os preços do petróleo
sejam uma preocupação para a
maior parte dos setores empresariais, os maiores desafios surgirão
nas áreas dos transportes, linhas
aéreas e na indústria química.
O setor mundial de transporte
aéreo pode entrar em um quarto
ano sucessivo de prejuízos, a despeito do aumento no volume de
passageiros.
A Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) alertou
de que os preços atuais do petróleo elevariam em US$ 15 bilhões
os custos do setor ao longo dos
próximos 12 meses.
As companhias que vendem
produtos químicos básicos, ao
adquirir matéria-prima diretamente das empresas petroleiras,
ainda não estão sofrendo com os
preços mais altos porque podem
repassar seus custos com mais facilidade. Mas Campbell Gillies,
analista do Deutsche Bank, disse
que as empresas que transformam produtos químicos básicos
em produtos especializados encontram dificuldades para repassar custos aos consumidores em
mercados como o automotivo, o
de construção civil, o de bens de
consumo e o de fibras. "Os clientes relutam seriamente em aceitar
aumentos de preços, em um ambiente de baixa inflação."
Chip Dickson, estrategista do
Lehman Brothers, disse que a disparada nos preços do petróleo era
"um grande custo adicional de insumos" para os setores dependentes, como o de aviação, mas
representava um "tributo adicional" para a economia mais ampla.
"É parte daquilo que as pessoas
precisam para continuar funcionando a cada dia. Se os seus custos de aquecimento doméstico e
viagens sobem, sua capacidade de
consumo discriminado se reduz.
E isso claramente representa uma
preocupação em termos de lucros
empresariais", afirmou.
O petróleo beirou os US$ 50 na
sexta-feira e fechou o dia cotado a
US$ 47,86 em Nova York.
Dickson espera que um aumento duradouro da ordem de US$ 10
por barril no preço do petróleo reduza o crescimento dos lucros entre as empresas que compõem o
índice de ações Standard & Poor's
500 em 3%, de 2004 para 2005.
Tradução de Paulo Migliacci
Texto Anterior: Luís Nassif: A última noite de Vargas Próximo Texto: Vacas magras: "Exuberância agrícola" se aproxima do fim Índice
|