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"Homem classificação" teme não ter respostas
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Na manhã de quinta, a agência
classificadora de risco Moody's
rebaixou de estável para negativa
a perspectiva das dívidas interna e
externa brasileiras. À tarde, fez o
mesmo com os depósitos em
moeda estrangeira e das dívidas
externas de bancos como Bradesco, Itaú, Unibanco e BankBoston.
"A confiança dos investidores
internos e externos mudou devido à percepção de incertezas associadas com o resultado das eleições de outubro", dizia trecho de
relatório assinado por Vincent J.
Truglia, diretor, e Luis Ernesto
Martinez-Alas, vice-presidente
sênior da unidade de risco soberano da agência em Nova York.
Ontem à tarde, o último conversou com a Folha. Leia a entrevista:
Folha - A mudança de classificação da Moody's foi baseada apenas
na percepção do mercado ou levou
em conta também os fundamentos
da economia brasileira?
Luis Ernesto Martinez-Alas - A
mudança foi motivada pelo potencial e real impacto que a mudança de dinâmica dos investidores pode ter na economia.
Folha - O rebaixamento significa
que para a Moody's o Brasil corre
risco de moratória?
Martinez-Alas - Nós apenas mudamos a classificação para "negativo". O que nós fazemos são classificações, e essas classificações
são uma opinião sobre a qualidade de crédito relativo, incluindo
empresas e países. A classificação
do Brasil é B1, o que é uma baixa
classificação ou um alto risco, o
que é equivalente.
Folha - O sr. vê possibilidade de
mudança nesta classificação no futuro próximo?
Martinez-Alas - Isso pode mudar
a qualquer momento.
Folha - Mas o sr. acredita na possibilidade de volta da avaliação a
um patamar melhor?
Martinez-Alas - Vocês saberão
quando nós fizermos a mudança.
Folha - Qual a sua opinião?
Martinez-Alas - Vocês saberão
quando nós fizermos a mudança.
Folha - Que tipo de ação a agência
esperaria do governo para que a
classificação fosse mudada?
Martinez-Alas - Nós não fazemos
recomendações a governos. Mas
nós estamos muito confiantes em
que o país tenha a habilidade e as
ferramentas para lidar com choques como este.
Folha - O sr. acredita que os investidores estejam temerosos dos
mercados emergentes?
Martinez-Alas - Não creio que tenha uma resposta adequada.
Folha - Em sua opinião, a ascensão nas pesquisas do candidato
Luiz Inácio Lula da Silva continua a
assustar o investidor estrangeiro?
Martinez-Alas - Idem.
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