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UBS Pactual troca comando e tenta manter desempenho
Rodrigo Xavier, da área de gestão de recursos, assumiu presidência do banco
No período de crise do UBS
mundial, a unidade local
viveu como uma "ilha de
prosperidade", segundo
avalia o novo presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
Há dois anos, os suíços do
UBS, o maior gestor de fortunas do mundo, se encantaram
com o Brasil e com o banco Pactual, em particular. Por US$ 2,6
bilhões, levaram o banco de investimentos que está presente
em nove de cada dez negócios
importantes no país e passaram a dar as cartas no segundo
maior mercado de abertura de
capital do mundo.
O encanto foi tanto que os
suíços levaram André Esteves,
um dos principais sócios brasileiros, para assumir a área de
renda fixa global do grupo.
Só que veio a crise das hipotecas nos EUA, que fez o UBS
assumir perdas contábeis de
US$ 38 bilhões, reportar prejuízos de US$ 25 bilhões, pedir
socorro ao fundo soberano de
Cingapura, e hoje tentar levantar US$ 15 bilhões no mercado.
Os opositores de Esteves
afirmam que, em vez de centrar
esforços para arrumar a casa
(os títulos "subprime" são problema da área de renda fixa), o
executivo teria visto na crise a
oportunidade para se associar a
outros investidores e comprar
o UBS, que viu seu valor de
mercado derreter. O banco nega a proposta, e Esteves jamais
comentou o assunto.
Com a proposta rechaçada, a
situação de Esteves teria ficado
insustentável no banco e culminou em sua saída na semana
passada. Com ele, saíram outros dois sócios e pelo menos
20 executivos.
No Brasil, assumiu a presidência do UBS Pactual o sócio
Rodrigo Xavier, 39, que até então comandava a área de gestão
de recursos do banco. A regional latino-americana, também
acumulada por Esteves, ficou
com Juerg Haller.
Para aqueles que acreditam
que o UBS Pactual perdeu
"massa crítica" com a saída desses profissionais, Xavier afirma
que faz parte do DNA do banco
"oxigenar" sua direção. "Tenho
certeza de que se eu tiver de
sair amanhã, tem uns dez ali
atrás prontos para assumir."
Xavier lembra que, em 1998,
saíram dois dos antigos sócios:
André Jacurski e Paulo Guedes.
Logo depois, saiu Luiz César
Fernandes, outro fundador do
Pactual.
À época, a segunda geração
de sócios tinha por volta de 30
anos. "A história do Pactual foi
essa. Três dos quatro sócios
fundadores saíram em um período de menos de um ano. E
nós todos, por volta de 30 anos.
Existia uma dúvida: será que
essa garotada vai dar conta? O
resultado do banco desde então
fala por si", disse.
O novo presidente afirma
que, durante a crise do UBS
mundial, a unidade brasileira
viveu como uma "ilha de prosperidade", tanto que a política
agressiva de bônus foi mantida.
"Não é porque o UBS está passando por alguma dificuldade
lá fora que isso tem de contaminar o Brasil. Existe de fato esse
descolamento."
(TS)
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