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Para analistas, oferta indica ambição menor
DE GENEBRA
A oferta americana de fixar o
teto de seus subsídios agrícolas
no patamar de US$ 15 bilhões,
próximo ao máximo incluído
no documento em discussão, é
o prenúncio de que a Rodada
Doha está caminhando para
um resultado bem menos ambicioso do que o estabelecido
originalmente. Segundo especialistas em comércio, o mais
preocupante foi a sinalização
política que a proposta representa para os demais países.
"O número oferecido sinaliza
que os americanos estão jogando pela pouca ambição", disse
André Nassar, do Ícone (Instituto de Estudos do Comércio e
Negociações Internacionais).
"Meu medo é que o gesto americano leve outros países a adotarem a mesma estratégia."
Segundo ele, o próprio governo brasileiro trabalha com essa
hipótese, preparando-se para
ceder menos em cortes de tarifas industriais, caso receba menos acesso aos mercados agrícolas dos países ricos.
Carin Smaller, do Instituto
de Política Agrícola e Comercial, de Genebra, concorda. Para ela, a proposta dos EUA foi
um "erro de cálculo", pois colocou as negociações em ritmo
lento. "Se os EUA tivessem
aberto as discussões com proposta mais ambiciosa, poderiam alavancar as negociações." Smaller chamou a proposta americana de "absurda".
Previstas para irem até sábado, as reuniões podem entrar
pela semana que vem. Diante
das dificuldades em romper o
impasse, a esperança é que novas propostas sejam apresentadas no fim se semana. A OMC já
se prepara para uma segunda
semana de negociações, segundo a Folha apurou.
(MN)
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