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Ex-donos do Patagon criam banco popular
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Vem aí mais um banco no
Brasil. Apesar da crise financeira que o país enfrenta, os
empresários argentinos
Wenceslau Casares e Guillermo Kirchner, ex-proprietários do portal financeiro
Patagon, inauguram em setembro as operações do novo Lemon Bank em 2.000
postos de atendimento no
país. Não serão agências,
mas farmácias, padarias ou
supermercados que receberão o pagamento de contas
de telefone, água e boletos
bancários de todos os tipos.
A estratégia é atender à
parcela da população que
mora em municípios sem
agências bancárias ou que
não tem acesso a uma conta
corrente por causa dos salários baixos. Gente que vive à
margem do sistema financeiro. "Queremos movimentar cerca de R$ 50 milhões mensais até dezembro.
Em janeiro, iremos oferecer
cartões de crédito, que deverão movimentar R$ 150 milhões por mês até 2005", afirma Eduardo Brigagão, presidente do banco.
O banco também abrirá
contas correntes, fundos de
investimentos e poupança.
O investimento no negócio é
de US$ 40 milhões. O Lemon
Bank está de olho em clientes com renda inferior a R$
1.500 mensais.
O banco segue a trilha de
instituições como a Caixa
Econômica Federal (CEF),
Banco do Brasil e Bradesco.
Quem deu o pontapé inicial
nesse ramo foi o Banco do
Brasil, em maio de 2001.
"Hoje temos 29 empresas
trabalhando conosco", afirma Sérgio Rau, gerente-executivo do banco. Cerca de R$
800 milhões são movimentados por mês nesses estabelecimentos. No Estado do
Rio de Janeiro, 33% das
transações com boletos não
passam mais por agências.
Cerca de 50 milhões de
brasileiros com mais de 18
anos não têm hoje acesso a
contas correntes bancárias.
Por volta de 5 milhões vivem
nos mil municípios sem nenhuma agência. Foi de olho
nessa população que a CEF
inaugurou em dezembro de
2001 seu programa de correspondentes bancários. A
prioridade era entregar benefícios sociais, como aposentadorias e bolsas de alimentação.
Hoje 9.000 casas lotéricas
também recebem contas de
consumo e boletos. Em breve, cartórios abrirão contas
correntes para a CEF.
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