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Déficit externo é o menor desde 97
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit em transações correntes do Brasil -um dos principais
indicadores da vulnerabilidade
externa de um país- atingiu, em
maio, seu nível mais baixo em
quase cinco anos. Segundo dados
do BC, o déficit acumulado nos
últimos 12 meses chegou a 3,7%
do PIB, ou US$ 19,027 bilhões, o
menor desde outubro de 1997.
A melhora no resultado das
contas externas é consequência,
principalmente, dos melhores resultados obtidos pela balança comercial. Entre janeiro e maio, as
exportações superaram as importações em US$ 1,933 bilhão. O BC
estima que, no ano, o superávit vá
chegar a US$ 5 bilhões.
A alta do dólar e o desaquecimento da economia têm sido os
principais motivos da redução no
déficit externo do país. A desvalorização do real torna os produtos
brasileiros mais competitivos no
exterior, estimulando as exportações. Por outro lado, os importados ficam caros em reais, reduzindo o volume de encomendas para
fornecedores estrangeiros.
A queda nas importações também é influenciada pela redução
no nível de atividade econômica.
Com o país crescendo menos, as
empresas produzem menos e
compram menos matérias-primas no exterior. Além disso, o desaquecimento reduz a renda da
população, que passa a consumir
menos produtos importados.
A conta de transações correntes
é formada pela balança comercial
(exportações menos importações), balança de serviços (viagens internacionais, pagamento
de juros e remessas de lucros e dividendos, entre outros) e transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes
no exterior, e vice-versa).
Além da melhora no resultado
da balança comercial, a redução
do déficit externo também é explicada pela redução do déficit na
balança de serviços. Segundo o
chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, deve
ocorrer neste ano uma redução
dos gastos com fretes utilizados
no embarque de mercadorias para o exterior.
No ano passado, o fluxo de comércio exterior -exportações
mais importações- somou US$
113,8 bilhões. Com isso, os gastos
com fretes ficaram em US$ 2,956
bilhões. Neste ano, espera-se uma
queda tanto nas importações
quanto nas exportações. De acordo com o BC, o fluxo de comércio
deve ficar em US$ 111,4 bilhões, o
que deve fazer com que as despesas com transportes caiam para
aproximadamente US$ 2 bilhões.
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