|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS EXTERNAS
Só entraram US$ 700 mi no país; em maio entrou US$ 1,428 bi
Investimento estrangeiro deverá cair 30% neste mês
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil deve receber US$ 1 bilhão em investimento estrangeiro
direto neste mês, segundo o Banco Central. Caso a projeção se
confirme, o fluxo de capital externo terá caído 30% em relação ao
US$ 1,428 bilhão registrado em maio. Até anteontem, US$ 700
milhões haviam ingressado no país.
O BC espera que o Brasil receba
US$ 18 bilhões em investimentos
estrangeiros neste ano -no ano
passado foram US$ 22,636 bilhões. Se a projeção de US$ 1 bilhão para junho se confirmar, o
país terá recebido US$ 9 bilhões
em investimentos no primeiro semestre deste ano.
Desses US$ 9 bilhões, cerca de
US$ 2,9 bilhões se referem a operações chamadas de conversões.
Isso significa que os US$ 2,9 bilhões não foram dinheiro novo
que entrou no país, e sim empréstimos que haviam sido contraídos
por empresas brasileiras e que foram pagos com ações das próprias companhias.
Apesar da queda registrada neste mês, o chefe do Departamento
Econômico do BC, Altamir Lopes,
diz que o fluxo de investimento
não deverá ser muito afetado pelas turbulências no mercado financeiro. "Quando se trata de investimento direto, as empresas se
preocupam menos com essas turbulências", afirma.
Pelas projeções do BC, a média
de investimento estrangeiro no
primeiro semestre deve ficar em
US$ 1,5 bilhão. Caso isso não se
repita de julho a dezembro, o que
pode ocorrer devido à desconfiança do mercado em relação ao
Brasil, os investimentos estrangeiros ficarão abaixo de US$ 18 bilhões no ano.
Longo prazo
Segundo Lopes, as empresas que fazem investimentos no Brasil não estão tão preocupadas com o próximo presidente, pois consideram horizontes de longo prazo
na hora de decidir colocar seu dinheiro no país.
Por serem menos sensíveis às turbulências do mercado financeiro, os investimentos estrangeiros são considerados o meio mais
seguro para financiar o déficit nas
contas externas de um país. Neste
ano, o Brasil deve ter um déficit
em transações correntes de US$
19,695 bilhões, segundo projeções
do BC.
Quando o volume total de investimentos não é suficiente para
cobrir todo o déficit externo, é
preciso recorrer a empréstimos
externos. O problema é que, num
cenário como o atual, fica mais difícil -tanto para o governo quanto para a iniciativa privada- conseguir crédito no mercado internacional.
Texto Anterior: Déficit externo é o menor desde 97 Próximo Texto: Fraga inicia missão "abafa-crise" na Europa Índice
|