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GM abre PDV em fábrica do Vale
MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE
A General Motors anunciou ontem a abertura de um PDV (Plano
de Demissões Voluntárias) para a
fábrica de São José dos Campos,
no Vale do Paraíba. Em protesto
contra as demissões, que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos,
podem chegar a 300, os 5.000 trabalhadores do primeiro turno
não vão trabalhar hoje.
O PDV visa atrair os trabalhadores que pretendem se desligar
da empresa e, com isso, adequar o
quadro de funcionários à crise enfrentada pelo setor automobilístico. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em
maio de 2002, a montadora registrou uma queda de 5.143 veículos
vendidos em relação ao mês anterior. Em abril, a GM vendeu
29.471 carros.
O presidente do sindicato, Luiz
Carlos Prates, o Mancha, disse
que a empresa espera que a maior
adesão seja dos cerca de mil metalúrgicos aposentados da planta.
O PDV oferece, além das verbas
rescisórias, de três a seis salários
integrais e seis meses de assistência médica para os trabalhadores,
além do pagamento de até nove
salários e dois anos de convênio
médico para os aposentados.
O pagamento dos salários extras será calculado de acordo com
o número de anos trabalhados.
De acordo com o sindicato, caso
o PDV não atinja o número estimado de adesões até sexta-feira, a
montadora deve demitir os trabalhadores da produção.
Em abril, a General Motors
abriu um PDV para os 1.200 trabalhadores dos setores de mecânica, funilaria e elétrica da unidade de São José.
Com a paralisação programada
para hoje, cerca de 200 carros devem deixar de ser produzidos nas
oito horas de greve. O número
corresponde a cerca de 22,1% da
produção diária da unidade.
Em situação normal, os trabalhadores entrariam às 5h30, assistiriam ao jogo do Brasil na Copa
do Mundo em telões no interior
da fábrica e, depois, iriam para as
linhas de montagem. A unidade
tem 8.500 funcionários.
Outro lado
A direção da GM confirmou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, a abertura do PDV. No entanto, a empresa não informou quantos trabalhadores devem ser atingidos.
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