|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FGTS amplia verba para financiar imóveis
Conselho Curador aprova aumento de R$ 2,05 bi no orçamento; desses, R$ 500 mi devem ir para famílias de baixa renda
Um dos motivos para a ampliação do valor é o aumento da arrecadação gerado por mais empregos com registro em carteira
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Curador do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) aprovou ontem o aumento de R$ 2,05 bilhões no seu orçamento destinado para financiamentos habitacionais. Desse valor, R$
500 milhões devem ir para um
programa específico para famílias de baixa renda, e o restante,
para as linhas de crédito que já
contam com dinheiro do fundo.
Com a decisão, sobe para R$
10,45 bilhões o orçamento do
FGTS para a habitação em
2008. Os financiamentos à casa
própria propriamente ditos ficarão com R$ 8,45 bilhões. Outros R$ 2 bilhões irão para o
Pró-Moradia, nome dado a empréstimos concedidos pela Caixa Econômica Federal a Estados e a municípios que tenham
projetos na área habitacional
destinado à população de baixa
renda.
Um dos motivos para essa
elevação no volume de recursos
destinado ao setor imobiliário
foi o aumento, acima do esperado, na arrecadação do FGTS.
Ontem, o Conselho Curador
-formado por representantes
do governo, de empresas e de
sindicatos de trabalhadores-
elevou de R$ 2,7 bilhões para
R$ 6,7 bilhões sua projeção para a arrecadação líquida -já
descontados os saques- do
fundo neste ano.
Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, essa elevação reflete o aumento na geração de empregos com carteira
assinada no país, o que significa
crescimento também no número de pessoas contribuindo
para o fundo. "Nada mostra
com tanta força a criação de
empregos do que isso [o aumento na arrecadação do
FGTS]", afirmou Lupi.
BNDES
Além disso, foi aprovada ontem a liberação de R$ 6 bilhões
para reforçar o caixa do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Essa injeção de recursos será
feita por meio de uma operação
envolvendo títulos públicos
que o FGTS tem em sua carteira e que serão repassados ao
banco estatal.
Os papéis, conhecidos como
CVS, foram emitidos pelo Tesouro Nacional para cobrir o
rombo deixado por financiamentos concedidos por meio
do antigo SFH (Sistema Financeiro da Habitação). Esses títulos têm prazo de 30 anos e pagam juros de até 6,17% ao ano.
Após a aprovação dada pelo
Conselho Curador, os CVS serão transferidos ao BNDES,
que irá procurar o Tesouro Nacional para acertar o resgate
antecipado desses papéis.
Diante do ritmo de crescimento da economia, a procura
por empréstimos do banco estatal deve ultrapassar os R$ 80
bilhões fixados como teto para
este ano, o que o tem levado a
buscar fontes alternativas de
recursos.
O valor anunciado ontem ficou um pouco abaixo do que vinha sendo negociado. A estimativa inicial do governo era repassar entre R$ 8 bilhões e R$
10 bilhões para o BNDES. Para
evitar perdas para os trabalhadores, o banco pagará ao FGTS
a mesma remuneração recebida atualmente do Tesouro.
Texto Anterior: Para Tesouro, há indefinição sobre mudar superávit Próximo Texto: Governo quer criar mais 86 mil cargos neste ano Índice
|