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Reservas internacionais alcançam a marca histórica de US$ 200 bi
No governo Lula, volume cresce 400%; BC reduz ritmo de compra de dólares
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As reservas internacionais do
Brasil atingiram a marca histórica de US$ 200 bilhões anteontem. Desde o início do governo Lula, cresceram 400%. O
maior salto ocorreu em 2007,
quando o volume aumentou
110%. Neste ano, o Banco Central reduziu o ritmo de compras
de dólares no mercado de câmbio. Por isso, o crescimento das
reservas foi de apenas 11%.
As reservas internacionais do
país são compostas por moeda
estrangeira que o Banco Central compra no mercado de
câmbio nacional e aplica em títulos públicos no exterior. O
aumento de reservas foi possível a partir de 2004, quando o
Brasil passou a ter saldo positivo nas contas externas.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que o aumento do volume de reservas
mostra que há espaço para o
Brasil criar o seu fundo soberano. "É uma das razões pelas
quais o governo está absolutamente tranqüilo da necessidade e da pertinência de o país ter
um fundo soberano", disse.
Apesar da marca recorde de
reservas internacionais, o BC
desacelerou o ritmo de compra
de dólares no mercado porque
a oferta da moeda americana
diminuiu desde que começou a
crise financeira internacional e
o Brasil voltou a ter déficit nas
contas externas este ano. De janeiro a maio deste ano, o BC
comprou US$ 13,2 bilhões no
mercado de câmbio. No mesmo
período do ano passado, as
compras de moeda estrangeira
somaram US$ 47,5 bilhões.
Por causa do aumento das reservas, o Brasil passou a ser credor internacional em fevereiro.
Isso significa que o colchão de
reservas é maior que as dívidas
do setor público e das empresas
no exterior. Em maio, dado
mais recente, o Brasil era credor em US$ 21 bilhões. Um
grande volume de reservas internacionais ajuda a proteger o
país contra crises externas.
Emissão de títulos
O governo federal editou ontem uma MP (medida provisória) que autoriza o Tesouro Nacional a emitir títulos para o
BC. A medida foi tomada porque a carteira de títulos do BC,
usada para reduzir a oferta de
reais na economia, está insuficiente. Um dos motivos para
essa redução da carteira de títulos do BC é o crescimento das
reservas internacionais.
Ao comprar dólares para aumentar as reservas, o BC coloca
reais no mercado financeiro,
elevando o volume de moeda
na economia. Para reduzir novamente essa liquidez e não gerar risco de inflação, o BC vende os títulos do Tesouro que estão na sua carteira.
Como o BC está proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, desde 2002, de emitir títulos, a MP autoriza que a operação seja feita pelo Tesouro.
Além de aumentar a liquidez
de moeda na economia, a compra de dólares feitas pelo BC
tem um custo. Os reais usados
para comprar a moeda estrangeira vêm da emissão de títulos
públicos, atrelados à taxa básica de juros -que oferece rendimento maior que aquele recebido pelo Brasil na aplicação
das reservas internacionais.
Ao defender sua estratégia, o
BC argumenta que os benefícios da acumulação de reservas
compensam os custos.
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