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Reajuste de pedágio em SP será pelo IPCA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado de
São Paulo decidiu mudar o
indexador dos contratos de
concessão de rodovias paulistas do IGP-M para o IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A primeira
concessão a usar o novo índice para correção das tarifas
de pedágio foi a do Rodoanel.
Ainda neste ano, o Estado
vai leiloar outros cinco lotes
de rodovias paulistas (corredores Dom Pedro 1º, Ayrton
Senna/Carvalho Pinto, Raposo Tavares, Marechal
Rondon Leste e Oeste) que
também utilizarão o IPCA.
Ao detalhar o modelo de licitação dos cinco lotes de rodovias, o secretário dos
Transportes de São Paulo,
Mauro Arce, explicou que a
elevação do IGP-M fez o governo tomar a decisão de trocar o índice de revisão dos
preços dos pedágios.
Erotides Rocha Guimarães, especialista em concessões rodoviárias da Vae Consultores, diz que a medida
poderá amenizar o impacto
da inflação no custo da tarifa
paga pelos usuários, mas, do
ponto de vista da concessionária, o IGP-M é o índice que
mais bem reflete os custos de
manutenção das rodovias.
A partir da próxima terça-feira, a tarifa de pedágio nas
estradas paulistas concedidas nos anos 90 receberá um
pesado reajuste: 11,53%. Esse
foi o IGP-M acumulado em
12 meses -pelo IPCA, o reajuste seria de 5,58%.
Mas independentemente
de diferenças entre os índices, os motoristas que rodam
nas estradas paulistas perceberão uma grande diferença
entre os preços dos pedágios
de concessões rodoviárias
antigas e novas. Guimarães
explica que a diferença entre
os valores cobrados nas praças de pedágio não está relacionado exclusivamente aos
índices de inflação usados
para a correção dos contratos, mas à perspectiva do investidor em relação ao país.
Na década de 90, os investidores exigiam taxas de retorno muito superiores às
atuais. "Nenhum investimento em concessão ocorria
com taxas de retorno inferiores a 20% ou 25% ao ano. Hoje, temos projetos sendo viabilizados com taxas de retorno pouco superiores a 10%
ao ano", explica Guimarães.
O que mudou? A percepção de risco da economia
brasileira, que melhorou, entre outras razões, pela evolução da classificação de risco
do país ou a ascensão ao grau
de investimento. Por isso, o
preço-teto das tarifas de pedágio para os novos leilões de
concessão tem sido 60% menor do que os valores de concessões antigas.
"A questão é que essa diferença entre os contratos antigos e os novos irá se refletir
nas tarifas que os motoristas
vão pagar. Em algumas estradas, haverá preços elevados,
com rodovias próximas com
preços muito mais baixos",
diz Guimarães.
(AB)
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