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EMPRESAS
Inquérito apura eventuais irregularidades nos balanços de 95 e 96
Semp Toshiba é investigada pela CVM
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) abriu um inquérito
administrativo para apurar a
"eventual ocorrência de irregularidades relacionadas com a gestão
de negócios da Semp Toshiba
S.A" informa relatório da entidade. No alvo estão as demonstrações financeiras dos anos de 95 e
96. A atuação da auditoria Ernst
& Young, que analisou os resultados da empresa, também é objeto
do inquérito, obtido pela Folha.
Há dúvidas em relação aos números apresentados nos balanços
anuais. A Semp Toshiba S.A., que
constitui uma companhia aberta
-e por isso precisa apresentar
balancetes a cada trimestre- registrou nos anos de 95 e 96 resultados negativos. O prejuízo foi de
R$ 4,2 milhões em 96. Entretanto,
ao mesmo tempo, a Semp Toshiba Amazonas, companhia fechada, dava lucro (indicador equivalia a mais de 40% do patrimônio
líquido) e registrava elevação na
receita líquida.
A empresa chegou a ser escolhida, em 1995, como a melhor empresa do país pela "Exame Maiores e Melhores". No mesmo ano, a
Semp do Amazonas acumulou lucro de US$ 155 milhões (R$ 148,8
milhões pelo dólar de 31/12/1995)
e receita de US$ 719,6 milhões (R$
690,8 milhões). Já a Semp S.A. teve prejuízo de R$ 4,8 milhões.
A Folha ouviu dois contadores
de auditorias: existe a possibilidade de a holding de um grupo dar
resultados positivos e uma controlada apresentar dados não tão
bons. Mas isso normalmente
acontece quando a empresa tem
outras subsidiárias que ajudam a
elevar o resultado do grupo.
A companhia, assim como a auditoria, informam que não se posicionarão sobre o assunto. O grupo prefere esperar um parecer da
CVM sobre o inquérito administrativo (número 17/2000), ainda
sem conclusão. Se considerar que
ocorreram falhas, a CVM e a empresa podem fechar um "termo
de compromisso", com penalidades para a companhia e a possibilidade de multa.
Nos EUA, casos de falhas em balanços têm sido investigados há
meses pela SEC, a CVM norte-americana. No último mês, a
CVM no Brasil finalizou um inquérito em cima de outra empresa nacional, a Carbomil S/A Mineração e Indústria. A companhia
não apresentou os balanços trimestrais seguindo as regras da
CVM e, com isso, teve de assinar
um "termo de compromisso"
com a comissão.
Terá, como exemplo de penalidade, de doar R$ 60 mil, em seis
parcelas de R$ 10 mil, para uma
casa de caridade. A Veeck & Cia
Auditores, que analisou os balanços, também terá de doar a mesma quantia.
"Foi só uma questão de interpretação dos dados", disse o diretor da Carbomil, Cândido Quinderé. "Não houve multa porque
não fizemos nada de errado", afirmou Marília Camacho, da Veeck.
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