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TRABALHO
Estudo vê maus-tratos em fábricas da China
DA REDAÇÃO
Mulheres que pretendem trabalhar nas fábricas da Nike na China
são obrigadas a fazer exames de
gravidez. No caso de positivo, não
são contratadas. Essa é uma das
irregularidades encontradas em
uma inspeção feita em 39 fábricas
da empresa no país asiático.
Entre as irregularidades, estão
ofensas verbais, horas extras excessivas, deduções ilegais, ausência de extintores de incêndio, banheiros sujos e iluminação inadequada para o trabalho.
Mas as irregularidades são similares às de outras fábricas que
concordaram em ser examinadas
pela Fair Labor Association (Associação para o Trabalho Justo),
que inspecionou 39 fábricas da
Nike no ano passado. As outras
fábricas são de empresas como a
Reebok e Adidas.
Caitlin Morris, diretor de assuntos internacionais da Nike, disse
que a empresa leva a sério todas as
acusações e que oferece treinamento para sua força de trabalho
no exterior.
Os investigadores chegaram de
surpresa à fábrica da Nike, que
emprega 1.700 pessoas na China,
em agosto do ano passado. As
mulheres entrevistadas disseram
que tiveram de fazer exames de
gravidez antes de ser contratadas.
As empregadas também disseram que são punidas com a perda
de um dia de salário por qualquer
atraso. Os banheiros das fábricas
não estavam em condições de
uso, e as funcionárias não tinham
um sindicato.
Para a direção da Nike, os exames não fazem parte do processo
de contratação, mas os administradores fazem testes mensais nas
empregadas. De acordo com eles,
os testes são um esforço para se
adaptar à legislação chinesa, que
proíbe mulheres grávidas de sete
meses de trabalhar.
A Nike diz que as empregadas
devem ter "confundido" esses
exames com o que supunham ser
uma obrigação para contratação.
A Nike não está só nas irregularidades. Na fábrica da Reebok na
China, os monitores descobriram
que 51 dos 851 funcionários não
recebiam pensão, licença médica,
seguro-desemprego e auxílio médico adequado.
Na fábrica da Adidas, cinco empregados estavam trabalhando
havia mais de dois meses sem nenhum dia de folga.
O caso da Nike é o mais gritante.
"Há muitos problemas na Nike,
mas eles têm o mérito de ter buscado uma solução", disse Auret
van Heerden, presidente da Fair
Labor, ao se referir ao fato de a
empresa ter solicitado a inspeção
voluntariamente.
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