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Investidores procuram abrigo em
fundos que acompanham a inflação
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Atentos à alta da inflação, investidores e instituições financeiras
correm para tentar lucrar com o
momento. Resultado: a procura
por fundos de investimento e títulos públicos que acompanham a
escalada dos preços tem crescido
nas últimas semanas.
Antes colocadas em segundo
plano pelo mercado, as aplicações
atreladas à variação do IGP-M
(Índice Geral de Preços do Mercado, da Fundação Getúlio Vargas)
têm conquistado clientes e levado
bancos a criar novos produtos.
O Caixa FIF Capital, lançado pela CEF no início de agosto, conseguiu atrair cerca de R$ 140 milhões em aplicações em seu primeiro mês de vida. Em setembro,
o patrimônio do fundo já saltou
para R$ 650 milhões, o que representa um crescimento superior a
360% em relação ao mês anterior.
"A percepção de que a inflação
seguirá em alta, embalada por um
dólar que parece não encontrar
seu teto, cresce no mercado. Isso
deve atrair ainda mais investidores às aplicações desse tipo", afirma Sérgio Paulino, gestor de fundos da Santos Asset Management.
O IGP-M divulgado na última
quinta-feira trouxe a maior taxa
mensal (de 2,40%) registrada pelo
índice desde março de 1999.
Esses fundos são compostos,
em sua maioria, por papéis do governo atrelados ao IGP-M, as
NTN-C (Notas do Tesouro Nacional série C). Esses títulos pagam,
além da variação do índice, juros
que têm ficado em torno de 10%
anuais. Com isso, a rentabilidade
desses fundos acumulada no ano
-que varia entre 17% e 19%- é
superior à alta do IGP-M no período -de 10,54%.
Com a demanda crescente, o
Tesouro tem realizado leilões extraordinários para ofertar NTN-C. Neste mês, o Tesouro resolveu
realizar três leilões com o papel.
Normalmente, as ofertas ocorrem
apenas uma vez por mês.
"Para o governo, o maior interesse pela NTN-C é positivo, pois
o mercado tem aceitado esses títulos com prazo de vencimento
longos. A última oferta trazia títulos com prazo de resgate em 2008,
2017 e 2021", diz Mônica Tresbach, diretora-adjunta de renda
fixa da BAM (BankBoston Asset
Management).
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