São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Bolsa inicia semana tensa com queda

Em dia de pouco movimento, Bovespa recua 1,25% e dólar sobe 1,38%, vendido a R$ 2,274; investidor aguarda indicadores

Amanhã serão conhecidos o PIB e a decisão do Copom; mercado espera ansioso pela ata da última reunião do banco central americano

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana não começou bem para o mercado doméstico. Além do fraco volume de negócios, a Bovespa terminou seu pregão de ontem com perdas de 1,25%. O dólar subiu 1,38%, vendido a R$ 2,274.
E os próximos dias têm tudo para serem mais voláteis, pois uma safra de importantes indicadores econômicos, locais e externos, vai ser divulgada nos próximos dias.
Ontem, os investidores preferiram operar de forma defensiva e cautelosa. Os mercados americano e londrino ficaram fechados devido a feriados.
Sem a referência externa, a Bovespa movimentou apenas R$ 963 milhões, cerca de um terço do que negocia, na média, por dia.
Internamente, amanhã haverá a divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre e a decisão do Copom.
O Comitê de Política Monetária do BC se reunirá entre hoje e amanhã para definir a nova taxa básica, que está em 15,75% anuais. A expectativa predominante do mercado é que a taxa seja reduzida para 15,25%.
Segundo avaliação da equipe de economistas do Unibanco, a taxa será cortada em 0,50 ponto percentual. Em análise, afirmam que, apesar da onda de volatilidade que tem afetado o mercado nas últimas semanas, o Copom deve estar atento aos dados benignos de inflação e seguir com o processo de redução da taxa.
No pregão da BM&F, o número de contratos DI negociados ontem caiu 70% em relação à sexta-feira.
As projeções para os juros nos contratos com vencimentos mais curtos pouco oscilaram. E subiram nos que vencem acima de 12 meses. O movimento mostra que os investidores mantiveram sua apostas em redução da Selic agora, mas duvidam da continuidade do processo de reduções por muito tempo. No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) com resgate em janeiro de 2008, a taxa foi de 15,34% para 15,60%.
Para o PIB, o mercado prevê que o crescimento no primeiro trimestre gire em torno de 1,2%. Na opinião de Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia, "o resultado favorável da atividade econômica no primeiro trimestre refletirá, pelo menos em parte, o efeito da flexibilização monetária iniciada em setembro de 2005, efeito que tende a se acentuar no trimestre seguinte".
Amanhã, também haverá a divulgação da ata da última reunião do Fed (o banco central dos EUA). Se o documento trouxer sinais sobre o futuro da política monetária, tem tudo para agitar os investidores.
Desde a reunião do Fed, no último dia 10, o mercado tem vivido um período de forte volatilidade, com os ativos sendo jogados para cima e para baixo com intensidade. O dólar, que começou maio em R$ 2,06, chegou a alcançar os R$ 2,40.


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