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análise
Doha projetou Brasil, avaliam especialistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil sairá ganhando
politicamente após a Rodada
Doha da OMC, tornando-se
porta-voz dos pleitos de economias emergentes, ainda
que o país seja responsável
por 1,18% do comércio internacional, avaliam especialistas ouvidos pela Folha. As
atuações do Itamaraty e do
chanceler Celso Amorim foram vitais para isso.
"Essa liderança brasileira
é uma grata surpresa. A gente fica impressionado com o
trabalho do Itamaraty. O lado ruim é o preço a pagar, a
desconfiança de parceiros
em relação aos objetivos do
Brasil. Essa surpresa pode
sair pela culatra em algum
momento", afirma Luis
Afonso Lima, presidente da
Sobeet (Sociedade Brasileira
de Estudos de Empresas
Transnacionais). Para o professor de relações internacionais da Universidade de
Brasília Virgílio Arraes, o
Itamaraty precisou chancelar o modelo agroexportador
para ganhar desenvoltura.
Em 2003, durante as negociações comerciais de Doha, o Brasil compôs o G20,
grupo que articulou as posições de 20 economias em desenvolvimento. Na semana
passada, porém, o acerto começou a fazer água. "O G20
não consegue fechar uma
posição comum. É falta de
articulação. O Brasil se destaca, mas o foco da diplomacia neste momento não é o
G20, e sim a América do Sul,
tanto que vem ganhando
apoios, como o da Venezuela", disse Arraes. Para o ex-embaixador Rubens Barbosa, o G20 tem problemas
porque as agendas dos países
"são muito diferentes". "O
G20 mudou a correlação de
forças políticas. Até a Rodada Uruguai, UE e EUA decidiam tudo e colocavam goela
abaixo da gente."
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