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GUIA DOS CONCURSOS
Falta de conhecimento provoca erros de interpretação; disciplinas exatas surgem em segundo lugar
Língua portuguesa é a que mais reprova nos testes escritos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Português é a disciplina que
mais reprova em concursos públicos. "Não há o que se faça no
governo que não seja por escrito.
A língua portuguesa é, dentro da
máquina pública, a ferramenta
mais usada", justifica Fabio Fabrizziani, da Meta Concursos.
Por isso, completa ele, as provas
da disciplina são rigorosas. A língua é responsável também por reprovação indireta. A maioria das
questões, de português ou de outras matérias, tem enunciados requintados, que exigem bom nível
de interpretação de texto.
Os candidatos que mais demonstram dificuldade não são,
como seria de imaginar, os especialistas nas matérias de exatas.
"Eles têm consciência de que não
sabem português, por isso estudam. Os que mais têm dificuldades na prova são aqueles que pensam que sabem", diz Fabrizziani.
Em seguida na lista das "vilãs"
vêm matemática, contabilidade e
auditoria. As matérias jurídicas
aparecem em terceiro lugar.
As provas para o Ministério Público e para a magistratura são as
mais difíceis do Brasil, na opinião
de Damásio de Jesus, professor de
direito penal e presidente do
Complexo Jurídico Damásio de
Jesus. Sua nota de corte é 76 (nos
outros concursos, esse valor varia
de 50 a 60).
O português, segundo ele, é o
grande obstáculo também nessa
área. "Se não souber escrever,
não adianta ter bom conhecimento técnico", afirma.
Receita de prova
Os professores são unânimes
em dizer que uma das formas
mais eficientes de estudar para
um concurso é conhecer a "linha"
da instituição organizadora.
No caso das provas da Fundação Carlos Chagas -uma das
maiores organizadoras de exames
do país-, por exemplo, o candidato vai notar a ausência das chamadas "pegadinhas". "Esse tipo
de questão é proibida", diz Ricardo Iglesias, superintendente de
operações externas da instituição.
Já nas provas do Cespe (ligado à
Universidade de Brasília), vai se
dar mal quem que pretende "chutar": cada resposta errada anula
uma certa (quando não souber, é
melhor deixar em branco).
A Fundação Cesgranrio valoriza
o grau de atualização e de proximidade com o cotidiano dos candidatos, diz o presidente Carlos
Alberto Serpa de Oliveira.
Na Vunesp, pode ocorrer de o
candidato ter de fazer uma prova
prática. É o caso, por exemplo,
dos testes para cozinheiro, eletricista, mecânico e motorista.
Dica: descubra quem vai organizar a sua prova e estude usando
os exames anteriores.
(RGV)
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