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SEGUNDA LIÇÃO - TALENTO
Empresas vêem talentos como estratégicos e investem mais na capacitação de suas equipes
Funcionários viram centro das atenções
FREE LANCE PARA A FOLHA
A gestão de pessoas alcançou
o primeiro escalão das grandes
empresas. Apesar de persistirem
em muitos ambientes técnicas obsoletas de recrutamento e de remuneração, hoje é difícil encontrar quem duvide da relação direta entre pessoas e resultados.
A escalada de executivos de RH
-que antes tinham preocupações básicas com higiene e saúde
das equipes- é visível pela massificação do conceito de remuneração variável, por exemplo.
A maioria das gerências percebe
o sistema de remuneração como
estratégico. Pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers com 1.055 corporações em 47 países
verificou que 65% das empresas
avaliam que esse impacto tem sido efetivo ou muito efetivo.
No Brasil, o índice é de 81%.
"Detectamos o crescimento do
uso de remuneração variável e da
busca de modelos mais flexíveis, o
que expressa o esforço para alinhar os interesses de executivos e
de empregados aos dos acionistas", diz João Lins, 38, diretor de
consultoria em capital humano.
"Remunerações fixas competitivas e variáveis agressivas." Essa é
a política da Companhia Vale do
Rio Doce, explica Marcos Roger,
46, diretor de gestão de pessoas.
Lá, os empregados recebem cerca
de 2,5 salários extras ao ano.
"Quero que meus funcionários
tenham atitude empreendedora",
diz Jorge Aguirre, 53, diretor-geral da Pizza Hut. Ao assumir a rede em 99, ele adotou a participação dos gerentes nos resultados e
tirou a marca do vermelho. Em
2003, espera faturar R$ 30 milhões, 20% a mais do que em 2002.
Para o futuro, os gurus da gestão prevêem descentralização de
poder. "O modelo militar da administração industrial está ultrapassado. As empresas devem dar
mais poder às pessoas", disse Stephen Covey, 72, autor de "Os 7
Hábitos das Pessoas Altamente
Eficazes" (ed. Best Seller), em entrevista exclusiva à Folha.
Aprendizagem organizacional e
capacitação, focadas não só em
competência técnica, mas também no desenvolvimento pessoal,
serão mais comuns no futuro, diz
Cláudia Bittencourt, 36, do Grupo
de Estudos em Aprendizagem Organizacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "A
meta é construir um ambiente em
que as práticas e a aprendizagem
sejam incorporadas."
Para Marcos Roger, da Vale, o
desenvolvimento de pessoas virou questão de competitividade.
""Assim como no futebol, não é
possível formar o time só contratando estrelas do mercado -é
preciso desenvolver talentos."
(JULIANA GARÇON)
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