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Defesa do ambiente cresce paralela à produção
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O custo socioambiental da expansão do agronegócio ainda precisa ser mensurado. A preocupação com o uso excessivo de agrotóxicos e com a má utilização da
água, por exemplo, fortalecem
um campo paralelo de atuação, o
da pesquisa e defesa do meio. Interessados podem atuar na conservação do ambiente, no tratamento de dejetos e também na
área de responsabilidade social
das corporações e ONGs do ramo.
Com área para aumentar a produção de grãos em, no mínimo,
200%, a agricultura brasileira tende a abocanhar territórios ocupados hoje por pastagens, expandindo a fronteira agrícola.
Com isso, o respeito à legislação
ambiental exigirá profissionais
com base sólida em ciências ambientais e conhecimento profundo de impactos no ambiente. Especialistas na legislação do setor
também serão requisitados.
A produção e o extrativismo
crescentes aumentam esse mercado. "Por uma série de coincidências, o Brasil talvez seja o único
país no mundo que ainda pode
expandir sua produção", confirma o diretor técnico da FNP Consultoria, José Vicente Ferraz.
Entre as coincidências, 388 milhões de hectares de terras férteis e
de alta produtividade, dos quais
90 milhões ainda não explorados,
clima privilegiado, quase 13% de
toda a água doce disponível no
planeta e mão-de-obra qualificada e relativamente barata.
"O custo disso foi não termos
feito a reforma agrária", diz Ferraz. "Isso fez com que o país desenvolvesse a agricultura empresarial, fundamental para atingirmos o patamar atual. Uma estrutura fundiária reduzida impediria
a produção em grande escala."
As empresas já investem no
conceito de "produção limpa". A
PHB Industrial, controlada por
dois grupos de usinas de açúcar,
está desenvolvendo um projeto
para produzir plástico biodegradável (que leva em torno de seis
meses para se decompor, em vez
de no mínimo 50 anos, como é
hoje) a partir do processo fermentativo do açúcar, em um ciclo
"limpo" de produção, em que todos os elementos utilizados na fabricação são reaproveitados.
"Em dez anos, 1% de todo o polímero [de origem não-renovável]
usado no planeta será substituído
por biopolímeros, que preservam
o ambiente", prevê Sylvio Ortega,
responsável pelo projeto.
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