São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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TURISMO E ENTRETENIMENTO

Recém-criado Ministério do Turismo prevê criar, em 2007, 1,2 milhão de vagas no país; eventos são destaque

A passeio ou a trabalho, segmento amplia perspectivas de atuação

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Até há alguns anos, o turismo era pouco valorizado como gerador de emprego e renda no país. Apesar disso, a área se transformou em uma das maneiras mais baratas e rápidas de criar postos de trabalho. "Com um hotel de médio porte já é possível criar 150 vagas, no mínimo", afirma Luiz Carlos Nunes, presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). Segundo ele, o custo de cada vaga é relativamente baixo, se comparado ao de outros segmentos da economia.
Agora, com o incentivo do governo, o setor tende a ficar ainda mais promissor: o recém-criado Ministério do Turismo lançou o Plano Nacional do Turismo, através do qual assume o compromisso de, em 2007, trazer 9 milhões de turistas estrangeiros ao Brasil (contra 4,1 milhões em 2003), gerando 1,2 milhão de empregos.
O potencial para crescer dentro da área é grande: os salários podem variar de R$ 400 a R$ 10 mil no ramo de hotéis. E, além dele, o turismo envolve outros 51 setores econômicos. "É uma grande possibilidade de desenvolvimento econômico para o país", comemora Eduardo Sanovicz, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
As poucas estatísticas de que o governo dispõe comprovam a tese: de 2002 para 2003, o número de turistas estrangeiros no país cresceu 8,12%, e o ingresso de dólares, 8,52%. De janeiro a julho deste ano, a alta -em dólares que ficaram na economia brasileira- foi de 40,4% com relação ao mesmo período de 2003.

Olho nos executivos
Um dos nichos que mais vêm se destacando é o de eventos. A média de participação do Brasil em atividades de promoção comercial internacional na última década vinha sendo de 14 a 16 eventos/ano. Em 2003, esse indicador já subiu para 36, e a expectativa é que 2004 termine com a realização de 40 feiras e congressos.
Com isso, o país acaba de entrar para a lista dos 20 maiores realizadores de eventos internacionais da ICCA (International Congress & Convention Association), instituição da qual Sanovicz é terceiro-vice-presidente.
"O sul do planeta se tornou atraente, e o Brasil se destaca como destino para investimentos", diz. "O cenário no norte está complicado e tenso, os custos ao sul são menores", analisa.

Versátil
O profissional interessado em trabalhar nessa área deve ser multidisciplinar, uma vez que suas atividades englobam vários setores do mercado. Outra razão para a versatilidade é o fato de o segmento passar por um forte processo de segmentação. "Há uma dinâmica no setor turístico que o está dividindo em interesses específicos, como negócios, ecoturismo, aventura, rural e religioso", diz Milton Zuanazzi, secretário nacional de políticas públicas do Ministério do Turismo.
Além de dinâmico, o mercado de turismo usa saia e salto alto. "Não há números, mas o mercado é essencialmente feminino", afirma Zuanazzi. O nicho que mais oferece vagas, segundo ele, é o receptivo (responsável por receber turistas), que demanda muitos profissionais de nível médio.
Nem por isso, porém, a necessidade de formação é desprezada. "A tendência é o mercado buscar cada vez mais o profissional especializado no setor", comenta Luiz Carlos Nunes, da ABIH.
Mas o turismo não tem o monopólio do mercado de lazer, apesar de abocanhar boa parte dele. O mundo do entretenimento também tem bons prognósticos para o futuro e atrai muitos profissionais. (RGV)


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