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TURISMO E ENTRETENIMENTO
Recém-criado Ministério do Turismo prevê criar, em 2007,
1,2 milhão de vagas no país; eventos são destaque
A passeio ou a trabalho, segmento
amplia perspectivas de atuação
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Até há alguns anos, o turismo
era pouco valorizado como gerador de emprego e renda no país.
Apesar disso, a área se transformou em uma das maneiras mais
baratas e rápidas de criar postos
de trabalho. "Com um hotel de
médio porte já é possível criar 150
vagas, no mínimo", afirma Luiz
Carlos Nunes, presidente da
ABIH (Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis). Segundo ele,
o custo de cada vaga é relativamente baixo, se comparado ao de
outros segmentos da economia.
Agora, com o incentivo do governo, o setor tende a ficar ainda
mais promissor: o recém-criado
Ministério do Turismo lançou o
Plano Nacional do Turismo, através do qual assume o compromisso de, em 2007, trazer 9 milhões
de turistas estrangeiros ao Brasil
(contra 4,1 milhões em 2003), gerando 1,2 milhão de empregos.
O potencial para crescer dentro
da área é grande: os salários podem variar de R$ 400 a R$ 10 mil
no ramo de hotéis. E, além dele, o
turismo envolve outros 51 setores
econômicos. "É uma grande possibilidade de desenvolvimento
econômico para o país", comemora Eduardo Sanovicz, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
As poucas estatísticas de que o
governo dispõe comprovam a tese: de 2002 para 2003, o número
de turistas estrangeiros no país
cresceu 8,12%, e o ingresso de dólares, 8,52%. De janeiro a julho
deste ano, a alta -em dólares que
ficaram na economia brasileira-
foi de 40,4% com relação ao mesmo período de 2003.
Olho nos executivos
Um dos nichos que mais vêm se
destacando é o de eventos. A média de participação do Brasil em
atividades de promoção comercial internacional na última década vinha sendo de 14 a 16 eventos/ano. Em 2003, esse indicador
já subiu para 36, e a expectativa é
que 2004 termine com a realização de 40 feiras e congressos.
Com isso, o país acaba de entrar
para a lista dos 20 maiores realizadores de eventos internacionais
da ICCA (International Congress
& Convention Association), instituição da qual Sanovicz é terceiro-vice-presidente.
"O sul do planeta se tornou
atraente, e o Brasil se destaca como destino para investimentos",
diz. "O cenário no norte está complicado e tenso, os custos ao sul
são menores", analisa.
Versátil
O profissional interessado em
trabalhar nessa área deve ser multidisciplinar, uma vez que suas
atividades englobam vários setores do mercado. Outra razão para
a versatilidade é o fato de o segmento passar por um forte processo de segmentação. "Há uma
dinâmica no setor turístico que o
está dividindo em interesses específicos, como negócios, ecoturismo, aventura, rural e religioso",
diz Milton Zuanazzi, secretário
nacional de políticas públicas do
Ministério do Turismo.
Além de dinâmico, o mercado
de turismo usa saia e salto alto.
"Não há números, mas o mercado é essencialmente feminino",
afirma Zuanazzi. O nicho que
mais oferece vagas, segundo ele, é
o receptivo (responsável por receber turistas), que demanda muitos profissionais de nível médio.
Nem por isso, porém, a necessidade de formação é desprezada.
"A tendência é o mercado buscar
cada vez mais o profissional especializado no setor", comenta Luiz
Carlos Nunes, da ABIH.
Mas o turismo não tem o monopólio do mercado de lazer, apesar
de abocanhar boa parte dele. O
mundo do entretenimento também tem bons prognósticos para
o futuro e atrai muitos profissionais.
(RGV)
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