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QUALIDADE DE VIDA
Segundo sindicato, mercado recebe cerca de 25 mil terapeutas "holísticos" a cada ano
Regulamentação não acompanha
explosão do setor de bem-estar
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Qualidade de vida se tornou um
bem de consumo. A sentença, de
Alberto Ogata, vice-presidente da
Associação Brasileira de Qualidade de Vida, revela um campo fértil
para profissionais especializados
na promoção do bem-estar. "É
uma área enorme, em crescimento e com poucos profissionais especializados", afirma ele.
Segundo estimativas do Sindicato dos Terapeutas (Sinte), há
150 mil profissionais na área no
país, dos quais 40% em São Paulo
-e 25 mil novos terapeutas se
formam por ano. Mas, apesar dos
números elevados, as terapias alternativas (ou complementares)
ainda carecem de regulamentação e comprovação científica.
"Por essas práticas não serem
reconhecidas [pelo Ministério da
Saúde], é um terreno arenoso tanto para quem clinica como para o
paciente", alerta o presidente do
Conselho Regional de Medicina
do Estado de São Paulo, Clóvis
Constantino. "Algum dia até poderão entrar no rol das profissões
oficiais, mas, por enquanto, é
uma prática "aventuresca"."
Por não ter nenhum curso reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), a área de qualidade
de vida é constituída por profissionais de formação livre. "Via de
regra, nossa orientação é que selecionem os cursos pelo seu conteúdo, sem ilusões quanto a diplomas", diz Henrique Vieira Filho,
presidente do Sinte.
Pioneira
Em Santa Catarina (Unisul) e
em São Paulo (Anhembi Morumbi) funciona um curso de graduação pioneiro nessa área, o de naturologia. Seu foco é a formação
de um profissional especializado
em terapias naturais para a promoção do bem-estar.
Aberto em 2002, o curso da
Anhembi já conta com seis turmas e cerca de 220 alunos. "Por
meio de uma pesquisa de mercado, identificamos essa área como
um setor que cresce vertiginosamente. É preciso formar terapeutas que dominem a área energética, mas que também entendam de
pesquisa científica", diz Cristina
Sekiya, coordenadora do curso.
Fernando da Costa Guedes, 29,
é um dos alunos da primeira turma. Depois de abandonar a carreira de advogado ambiental,
Guedes buscou formação ampla
em terapias vibracionais, orientais e ayurvédicas. "É um excelente campo de trabalho", afirma.
Os salários tendem a ser atrativos. Segundo Sekiya, variam entre
R$ 50 e R$ 120 por hora.
Sem estresse
Cerca de 70% dos brasileiros sofrem com algum sinal negativo de
estresse, segundo o Isma-BR (International Stress Management
Association). Para combatê-los,
profissionais estão em busca de
formação específica.
É o caso de Isolina Proença, 49
anos. Formada em psicologia, um
mestrado sobre combate ao estresse a fez identificar um campo
de trabalho mais interessante. "A
pós-graduação foi fundamental
para enriquecer minha prática clínica", conta ela, que hoje trabalha
no Instituto Psicológico de Controle do Stress, em Campinas.
(AR)
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