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Segredo é não cair no comodismo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Depois de 23 anos trabalhando
em um empresa da área de cosméticos, Arnaldo Goulart, 42, foi
informado de que, devido a um
processo de reestruturação da
empresa, seu cargo havia sido
extinto. Goulart havia entrado na
empresa como office-boy e chegara a gerente de vendas.
"Minha maior preocupação foi
com a família. Para a maioria dessas pessoas eu sou um herói. Como eu explicaria isso para a minha esposa, para o meu filho? Foi
como se uma pessoa muito próxima morresse", lembra.
Porém, ao contrário do que se
poderia esperar, um mês após a
demissão Goulart se diz recuperado. O segredo, segundo ele, é baseado em três pontos. Esquecer a
teoria do "e se eu tivesse feito diferente...", pois o passado não pode
ser alterado. Não tentar antecipar
o futuro com dilemas como "será
que eu vou conseguir?" e preencher o presente com muito trabalho, mesmo desempregado.
"O importante é não ceder à
tendência de ficar em casa, barbudo, sem vontade de fazer nada."
No caminho
O engenheiro Ernesto Romero,
32, gasta aproximadamente um
terço do dia procurando emprego
por meio de sites especializados,
de anúncios de empresas e de
"networking". Em seis meses,
participou de cinco processos
de seleção. Ele também conta com
a assessoria de uma empresa
de recolocação profissional.
Entretanto, avisa Romero, é
preciso ficar atento à idoneidade
da consultoria. "Tão frustrante
quanto não achar emprego é cair
na mão de empresas que só querem se aproveitar do momento."
Empregado ou não, o importante é não se acomodar na situação nem se esquecer de reavaliar,
regularmente, o rumo que pretende dar à carreira. "Normalmente, as pessoas falam muito em
cargos e em empresas nas quais
querem trabalhar e esquecem que
o cargo não é o objetivo, é um veículo. Pode-se até cair desse veículo, mas isso não significa perder o
caminho", compara Gilberto Guimarães, diretor da BPI.
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