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Maioria procura emprego de forma errada
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Montar um currículo, enviá-lo
a algumas empresas e aguardar a
resposta. Em uma cidade como
São Paulo, na qual a taxa de desemprego chega a bater os 18%,
segundo o Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), isso é suficiente para conseguir uma recolocação profissional? Não.
A resposta parece óbvia, mas,
segundo pesquisa do Grupo Catho, a maioria das pessoas procura emprego da forma errada.
O trabalho mostra, em números, onde estão essas falhas. Dos
13.616 profissionais que responderam ao questionário, em janeiro deste ano, apenas 14% disseram ter elaborado um dossiê com
exemplares de seu trabalho ou ter
feito algum tipo de preparação.
Simular uma entrevista com outra pessoa foi algo que apenas 18%
dos entrevistados puseram em
prática, e somente 25% leram algum livro sobre o assunto.
A pesquisa também indica que
os candidatos dedicam relativamente pouco tempo à procura de
emprego: média de 18 horas semanais. "Não existe uma quantidade de horas ideal", afirma Silvana Case, vice-presidente da Catho, "mas as pessoas que estão fora têm de trabalhar tanto quanto
as que estão dentro de uma empresa, pois estão em busca de seu
próprio benefício".
De acordo com ela, se a pessoa
ler vários jornais, pesquisar na internet, enviar currículos e realizar
um trabalho de prospecção sobre
empresas-alvo, trabalhará no mínimo sete horas por dia.
Outro problema é que muitos
aproveitam o momento para tirar
férias. As indenizações recebidas
por desligamento costumam
variar de R$ 4.200 a R$ 127,5 mil,
o que equivale a quase oito vezes o
valor do último salário recebido.
A aparente folga financeira leva os
profissionais demitidos a adiarem
a busca por emprego.
"No começo, a gente ainda tem
como se manter, então não se
preocupa muito", afirma o operário Edison de Souza, 27, que só foi
procurar emprego após cinco meses sem trabalhar. "Antes, se aparecesse, eu ia. No fim, só perdi
tempo e, quando fui ver, acabou
tudo e começou o desespero."
O "se aparecer, eu vou" é outra
armadilha perigosa. Conforme a
pesquisa, apenas 3,54% dos profissionais receberam uma abordagem espontânea para entrevista.
Portanto, nesse assunto, é melhor
não depender da sorte.
O ideal é lançar mão de todas as
armas possíveis -e em grande
quantidade. Responder a anúncios de jornais, por exemplo, é algo que a maioria dos entrevistados (65%) faz. Porém, desses,
93,6% respondem a dez ou menos
anúncios por semana -o que diminui as chances de retorno.
Um aliado que tem sido pouco
usado na luta contra o desemprego é o "networking". Segundo
consultores, estabelecer uma rede
de contatos é uma das formas
mais eficazes de conseguir entrevistas. Entretanto, o método só é
utilizado por 29,5% das pessoas.
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