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Novas opções surgem nos bastidores das peças
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Diversificar as atuações é também a palavra de ordem entre as
pessoas que trabalham nos bastidores do palco -dramaturgos,
diretores, iluminadores, cenógrafos, figurinistas, produtores.
Se fazer comerciais ou dar aulas
de interpretação constituem alternativas de sobrevivência para
os intérpretes, ter outras atividades que utilizem a vocação para a
escrita é muitas vezes comum entre os autores teatrais.
Aimar Labaki, 43, que criou os
textos "A Boa" e "Vermouth", por
exemplo, escreve para a TV e para
eventos empresariais. "Quando o
teatro estiver organizado como
atividade econômica, o ofício de
dramaturgo será também uma
profissão. Até lá, somos todos "diletantes". Mas esse não é um problema só brasileiro", analisa.
Bosco Brasil, 43, criador do sucesso "Novas Diretrizes em Tempos de Paz", está concebendo dois
episódios da série "Carga Pesada". "No momento, eu poderia
estar vivendo só de teatro. Mas há
nove anos trabalho em televisão e
é de lá que tem saído o meu sustento certo. Lá sou assalariado."
Para o jornalista e dramaturgo
Sérgio Roveri, 43, da peça "O Horário de Visita", a precariedade
ainda impera. "Os artistas no Brasil infelizmente ainda são mambembes: a cada temporada que
termina, eles têm de começar tudo de novo. Não existe a segurança de um emprego formal."
Há, porém, quem viva exclusivamente do teatro. É o caso de
Eduardo Tolentino, 49, diretor do
grupo Tapa e defensor da visão de
que há dois modos distintos de se
encaminhar uma carreira. "Ou
você é um solista, que depende
dos seus contatos, ou pode querer
solidificar a carreira se juntando a
grupos, como se tem feito."
Entre as alternativas de trabalho, diz o arquiteto, cenógrafo e figurinista José Carlos Serroni, 53,
estão "publicidade, cinema, TV,
criação de vitrines e de estandes".
A iluminadora Marisa Bentivegna, 32, concorda. Ela trabalha
com músicos tais quais Antonio
Nóbrega e Paula Lima. "Os shows
são uma maneira de conseguir o
sustento", avalia.
(PID)
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