São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARÊNCIA DE ESTUDANTE

Jovem quer autonomia em casa e no trabalho

DA REDAÇÃO

Agir como "gente grande", tendo autonomia para tomar decisões, é a motivação -ou o desejo- de muitos estagiários. De acordo com a enquete feita pelo Lab SSJ e pela Cia. de Talentos, 30% disseram que a empresa deveria depositar mais confiança neles e valorizá-los. Outros 25,7% afirmaram que o supervisor direto precisaria acreditar mais no potencial dos universitários.
Segundo análise de Rodolfo Barão, gerente de RH e responsável por recrutamento e seleção na EDS (informática), a atitude do estagiário mudou. "Hoje ele chega mais maduro, quer iniciar logo a carreira e é mais profissional."
Rodrigo Teixeira Testa, 26, cursa direito, está há três meses na Unimed Seguradora e conta que, diferentemente do estágio anterior, está colocando mais a "mão na massa". "Minhas expectativas estão sendo atendidas, tenho contato com ações judiciais diariamente e sinto que estou me aprimorando", ressalta Testa.
A autonomia, para o presidente-executivo do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Luiz Gonzaga Bertelli, é gradual. "O nível evolui à medida que o estudante se identifica com a área e com os métodos operacionais. Ele ocupa seu espaço aos poucos."
Para Rodrigo Fonseca Bürgers, 22, a responsabilidade depende da liberdade de lidar com o superior. "Quando acho que devo desenvolver uma habilidade, converso com meu chefe. Ele sabe que estou aqui para aprender."

No ponto
A gerente da Central de Estágios, Telma Moreira, lembra que não há porque ter visão paternalista, mas que o estagiário não deve ser cobrado como efetivo.
"Ele tem de ter um bom relacionamento com o superior para, ao perceber que suas atividades deixaram de ser de estagiário, discutir a chance de ser efetivado."
Suzana Blum, analista de RH da Siemens, faz coro: "Esse não é o momento de cobrar resultados, e sim aprendizado. Nossos estagiários participam de projetos com outros colaboradores e têm autonomia para contribuir".
Christian Hoffmann, 23, faz estágio na área comercial da empresa e diz que o ponto forte do programa é proporcionar crescimento. "Desde o início apresentei relatórios, tive acesso a projetos e minha responsabilidade foi aumentando. Aprendi a trabalhar em equipe e a ter iniciativa."


Texto Anterior: Empresas inovam foco dos programas
Próximo Texto: Cursos tentam aproximação com empresas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.