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CARÊNCIA DE ESTUDANTE
Jovem quer autonomia em casa e no trabalho
DA REDAÇÃO
Agir como "gente grande",
tendo autonomia para tomar
decisões, é a motivação -ou o
desejo- de muitos estagiários.
De acordo com a enquete feita pelo Lab SSJ e pela Cia. de Talentos,
30% disseram que a empresa deveria depositar mais confiança
neles e valorizá-los. Outros 25,7%
afirmaram que o supervisor direto precisaria acreditar mais no
potencial dos universitários.
Segundo análise de Rodolfo Barão, gerente de RH e responsável
por recrutamento e seleção na
EDS (informática), a atitude do
estagiário mudou. "Hoje ele chega mais maduro, quer iniciar logo
a carreira e é mais profissional."
Rodrigo Teixeira Testa, 26, cursa direito, está há três meses na
Unimed Seguradora e conta que,
diferentemente do estágio anterior, está colocando mais a "mão
na massa". "Minhas expectativas
estão sendo atendidas, tenho contato com ações judiciais diariamente e sinto que estou me aprimorando", ressalta Testa.
A autonomia, para o presidente-executivo do CIEE (Centro de
Integração Empresa-Escola), Luiz
Gonzaga Bertelli, é gradual. "O nível evolui à medida que o estudante se identifica com a área e
com os métodos operacionais. Ele
ocupa seu espaço aos poucos."
Para Rodrigo Fonseca Bürgers,
22, a responsabilidade depende
da liberdade de lidar com o superior. "Quando acho que devo desenvolver uma habilidade, converso com meu chefe. Ele sabe
que estou aqui para aprender."
No ponto
A gerente da Central de Estágios, Telma Moreira, lembra que
não há porque ter visão paternalista, mas que o estagiário não deve ser cobrado como efetivo.
"Ele tem de ter um bom relacionamento com o superior para, ao
perceber que suas atividades deixaram de ser de estagiário, discutir a chance de ser efetivado."
Suzana Blum, analista de RH da
Siemens, faz coro: "Esse não é o
momento de cobrar resultados, e
sim aprendizado. Nossos estagiários participam de projetos com
outros colaboradores e têm autonomia para contribuir".
Christian Hoffmann, 23, faz estágio na área comercial da empresa e diz que o ponto forte do programa é proporcionar crescimento. "Desde o início apresentei relatórios, tive acesso a projetos e
minha responsabilidade foi aumentando. Aprendi a trabalhar
em equipe e a ter iniciativa."
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