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TRAINEE
Com rendimentos de até R$ 4.000 assegurados, jovens ou mostram serviço ou são "cortados"
Salário e "fama" cobram seu preço
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Novos, talentosos, com gás para
liderar equipes de maneira inovadora dentro da empresa. Uma
aposta. É assim que a empresa
olha para cada um dos trainees
que escolhe a dedo para serem
seus futuros executivos. Hoje os
programas de trainee se revelam
uma das melhores formas de ingressar no mercado.
O salário médio desse jovem é
de R$ 2.282, de acordo com o levantamento feito pela Folha, mas
há casos em que chega a receber
até R$ 4.000, valor pago pela
Coinbra, empresa de "trading" e agronegócios. Há
também os
benefícios,
cursos e treinamentos em
quase todas
as áreas, o que
concede versatilidade ao jovem. Além disso,
muitas empresas oferecem viagens para o exterior.
Na Philip Morris, por exemplo,
o trainee passa três meses em algum ponto da América Latina. Na
TIM, são cerca de cinco meses na
Itália, sede da multinacional. Nada mal para quem acabou de livrar-se das amarras da faculdade.
Se por um lado salários e perspectivas de carreira são grandes,
por outro, as responsabilidades e
expectativas em cima dos trainees
não são menores.
"As empresas investem bastante com cursos, viagens e até mudanças para outros Estados. Muitos saem da casa da mãe e vão para a "mãe-empresa", que, claro, espera a contrapartida. Ela espera
maturidade e dedicação para que
ele absorva as informações e se
torne um executivo", avalia Neli
Barboza, gerente de recrutamento e seleção da Manager.
Na Unilever o trainee recebe
cerca de R$ 3.330, além de todos
os benefícios e um futuro possivelmente promissor. Mas o rigor
é grande. Após os três anos de duração do programa, se o jovem
não demonstrar capacidade gerencial, está fora da empresa.
"Não há outra alternativa, ou viramos gerentes ou saímos. Há
pressão, expectativa e metas. A
empresa investe nos trainees, e temos de mostrar competências e
resultados", conta a economista
Juliana Carvalho Silveira, 21, que
está há um ano no programa.
Na outra ponta estão os trainees
cujos salários
não chegam à
metade da média apurada,
mas nem assim
esses jovens deixam de reconhecer e valorizar o status e a
formação que
um programa
como esses oferece.
Embora tenha tido oportunidade de ganhar o dobro do salário, o
biólogo Carlos Augusto Krieg, 25,
optou pelo programa de trainee
da Fundação O Boticário, em parceria com ONGs ambientais.
"Recebo R$ 750, que é metade
do piso para a minha área, mas o
programa é consistente e oferece
cursos pagos excelentes pelo país,
o que considero valor agregado. A
fundação é reconhecida internacionalmente, e eu acredito no trabalho das ONGs. Acima de tudo,
estou na área que quero."
Na hora da opção, pensar só no
salário não basta, ensina Elaine
Saad, da Right Saad Fellipelli. "A
pessoa só deveria atuar naquilo
que lhe trouxer três coisas: perspectiva de crescimento; salário e
benefícios satisfatórios; e prazer
diário. Sabe aquela satisfação de
levantar-se pela manhã? É isso
que faz a pessoa ter sucesso."
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