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3º SETOR, PROFISSIONAL DE 1ª
Amigos distribuem melhores vagas entre si
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Para quem não tem experiência
de trabalho em ONGs e fundações
nem contatos no terceiro setor,
conseguir uma vaga pode ser
complicado -o meio tem atribuições específicas de trabalho e,
apesar da crescente profissionalização das seleções, muitas das escolhas acontecem ainda por indicação, dizem fontes da área.
Uma das estratégias que os novatos podem usar para driblar esses obstáculos é prestar serviço
como voluntários nas entidades.
"É uma forma de se familiarizar
com o setor e de fazer contatos",
diz Vivianne Naigeborin, do Centro de Competência da Ashoka-McKinsey para a profissionalização do empreendedor social.
O candidato, no entanto, deve
ter claro que a idéia é conhecer a
área e não pleitear uma vaga efetiva nas instituições. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra.
"Esperar ser contratado é muito
ruim, inverte a lógica do voluntariado. O setor é diferente, mas não
é a salvação de quem não consegue uma vaga convencional. Tem
de ter preparo também", alerta.
A Fundação O Boticário tenta
evitar em voluntários a expectativa de contratação. "Nós temos 27
funcionários e quem faz a contratação é o RH do Boticário. Selecionam pelo perfil, pelo currículo e
pela entrevista", diz a coordenadora Ceres Gabardo. "Mas é claro
que alguns ex-voluntários são
nossos funcionários hoje."
Um dos casos de ex-voluntários
efetivados é o do engenheiro florestal José Aurélio Caiut, 32, hoje
gerente da Reserva Natural Salto
Morato (PR), mantida pela Fundação O Boticário. Segundo
Caiut, sua intenção era conhecer
mais a área. "Nem esperava ser
contratado. Quis ser voluntário
para saber mais sobre reservas
ambientais, já que na faculdade
eu via muito pouco sobre isso."
Depois de um ano de dedicação
como voluntário, Caiut foi estagiário por mais um ano e, quando
se formou, foi contratado. "Foi
uma paixão, eu não penso em sair
do setor." Segundo ele, o salário é
compatível com o mercado. "Hoje recebo esse tipo de voluntário
que quer aprender. Acho que o
setor também tem o papel de formar."
(FLÁVIA MARREIRO)
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