São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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3º SETOR, PROFISSIONAL DE 1ª

Amigos distribuem melhores vagas entre si

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para quem não tem experiência de trabalho em ONGs e fundações nem contatos no terceiro setor, conseguir uma vaga pode ser complicado -o meio tem atribuições específicas de trabalho e, apesar da crescente profissionalização das seleções, muitas das escolhas acontecem ainda por indicação, dizem fontes da área.
Uma das estratégias que os novatos podem usar para driblar esses obstáculos é prestar serviço como voluntários nas entidades.
"É uma forma de se familiarizar com o setor e de fazer contatos", diz Vivianne Naigeborin, do Centro de Competência da Ashoka-McKinsey para a profissionalização do empreendedor social.
O candidato, no entanto, deve ter claro que a idéia é conhecer a área e não pleitear uma vaga efetiva nas instituições. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra. "Esperar ser contratado é muito ruim, inverte a lógica do voluntariado. O setor é diferente, mas não é a salvação de quem não consegue uma vaga convencional. Tem de ter preparo também", alerta.
A Fundação O Boticário tenta evitar em voluntários a expectativa de contratação. "Nós temos 27 funcionários e quem faz a contratação é o RH do Boticário. Selecionam pelo perfil, pelo currículo e pela entrevista", diz a coordenadora Ceres Gabardo. "Mas é claro que alguns ex-voluntários são nossos funcionários hoje."
Um dos casos de ex-voluntários efetivados é o do engenheiro florestal José Aurélio Caiut, 32, hoje gerente da Reserva Natural Salto Morato (PR), mantida pela Fundação O Boticário. Segundo Caiut, sua intenção era conhecer mais a área. "Nem esperava ser contratado. Quis ser voluntário para saber mais sobre reservas ambientais, já que na faculdade eu via muito pouco sobre isso."
Depois de um ano de dedicação como voluntário, Caiut foi estagiário por mais um ano e, quando se formou, foi contratado. "Foi uma paixão, eu não penso em sair do setor." Segundo ele, o salário é compatível com o mercado. "Hoje recebo esse tipo de voluntário que quer aprender. Acho que o setor também tem o papel de formar." (FLÁVIA MARREIRO)



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