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MAKING OF
J.R. Duran conta a experiência de trocar top-models pelos candidatos Serra, Marta e Maluf
Candidatos viram "modelo" para fotógrafo
DA REPORTAGEM LOCAL
"Isso é um retrato na pura
acepção da palavra. Tentei ser o
mais isento possível, sem intenções, nem interferências. Eles
vieram aqui, fotografaram no
mesmo lugar, com a mesma luz,
no mesmo tempo", diz o fotógrafo J.R. Duran, 52, convidado
pela Folha para fazer as imagens
desta edição dos candidatos José
Serra (PSDB), Marta Suplicy
(PT) e Paulo Maluf (PP).
O lugar é o estúdio de Duran, e
o set, um banquinho ajustável
para a altura de cada um. Havia
uma só fonte de luz, em um
guarda-chuva posicionado mais
para o lado esquerdo do candidato; e o tempo médio das sessões era de cerca de 30 minutos.
O fotógrafo usou quatro filmes
com cada "modelo" e, político
entre os políticos, diz que não
houve diferença na postura de
um para outro.
"O importante era fazer rápido
a foto, aproveitando aquela curiosidade que o sujeito que não é
modelo profissional ainda tem,
no início da sessão, pelo meio-ambiente fotográfico. Lá pelo
terceiro filme, todo mundo começa a ficar de saco cheio. No
caso dos políticos, os olhares
passaram a ser dispersos, provavelmente pensando nos telefonemas que teriam de dar, as zonas eleitorais que teriam de visitar", explica.
Duran já havia fotografado
Marta e Maluf. Desta vez, diz,
"era diferente, porque procurei
mostrar o candidato como o dos
sonhos do seu eleitor".
Um dos preferidos das capas
da Playboy -onde a mulher esconde imperfeições-, Duran
diz que não sabe dizer o que os
políticos gostariam de esconder.
"Foi interessante observar como cada um apoiou os braços na
bancada, as rugas de expressão",
diz ele, cuja maior preocupação
era "criar uma situação neutra e
deixar o candidato ser o que é,
para não virar um santinho de
campanha". Depois da entrevista, Duran ligou para dizer que se
esqueceu de contar um detalhe:
"Não houve retoques em nenhum retrato". A Folha não publica fotografias retocadas.
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