São Paulo, domingo, 06 de junho de 2004

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BENEFÍCIOS

Estudo revela que 42% das companhias consideram a adoção de pacotes flexíveis

Extras podem somar até R$ 8.300

ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Somados ao salário bruto, benefícios como planos de saúde e odontológico, carro particular, vale-refeição, previdência privada e outros chegam a elevar a renda do empregado em até R$ 8.300 mensais para quem ocupa cargos de alto nível. Mesmo quem está em início de carreira não pode desprezar a possibilidade de embolsar R$ 559 adicionais somente com benefícios corporativos.
Os números são fruto de levantamento da consultoria Watson Wyatt feito a pedido da Folha e ilustram bem a necessidade de ponderar detalhes na hora de avaliar um emprego.
"Mas não se pode analisar os benefícios só pelo custo, pois carro, para quem já tem um, pode não representar muito", ressalva Marcos Morales, 37, diretor de capital humano da Watson Wyatt.
Em alguns casos, os benefícios disponíveis são tão importantes que nem a oferta de um salário líquido maior conquista o profissional. Foi o que aconteceu com Antônio Ferreira Neto, 35, engenheiro da IBM. "O valor do novo salário [de uma oferta de trabalho] não compensava os benefícios e o bom ambiente que tenho na empresa", justifica.
Entre as vantagens que ele utiliza, está o reembolso de despesas com filhos que têm deficiência física ou mental. "Minha filha tem síndrome de Down e é um bebê. Agora é a hora de estimulá-la a desenvolver habilidades. Com fisioterapeuta e hidroterapia, entre outros, os gastos chegam a R$ 1.200 mensais. O plano da IBM reembolsa 75%. Inclui até a compra de brinquedos educativos."
Os benefícios mais comuns que encorpam a renda são os planos de saúde e odontológico. Uma pessoa entre 29 e 33 anos que opta por um plano básico subsidiado pela empresa em que trabalha paga cerca de R$ 125. Se comprasse o mesmo serviço por conta própria, pagaria R$ 179, de acordo com a Amil.
Nos planos odontológicos, o corporativo sai por R$ 9/mês. O convênio particular custaria R$ 31/mês, pela Uniodonto.
Reginaldo de Paula Albuquerque, 36, gerente comercial da Turhouse Viagens e Turismo, diz que 30% de seu ganho vem de benefícios. "Antes, eu mesmo pagava o plano de saúde. Hoje, além dele, tenho reembolso de gasolina e de parte dos gastos com curso de inglês e academia. Na outra firma em que estava, não tinha nada."

Pacotes sob medida
De acordo com a consultoria Mercer, 42% das empresas no Brasil estudam o emprego de benefícios flexíveis. Por essa política, a companhia organiza pacotes com opções à escolha do empregado. "São muitas as interessadas, mas poucas empregaram o sistema", comenta Vernon Menden, da área de saúde corporativa.
"Os benefícios não têm o mesmo valor para todos os empregados. Para um jovem solteiro, a assistência médica vale pouco, pois ele entra no plano do pai. Para alguém casado e com filhos, o plano pode valer tudo", diz Patrícia Molino, 37, diretora da KPMG.


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