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RELAÇÕES PÚBLICAS
Profissional determina comunicação integrada de empresas e atua no gerenciamento de crises
DA REPORTAGEM LOCAL
Ser extrovertido e adorar fazer
festas não são as características
fundamentais que o vestibulando
precisa ter para cursar relações
públicas, diferentemente do que
se pensa. Mesmo que o profissional tenha de organizar eventos
depois de ingressar no mercado
de trabalho, eles serão sempre relacionados a aspectos mais amplos da comunicação das empresas, o grande alvo da carreira.
A executiva de atendimento da
agência de relações públicas
LVBA Flávia Regina Valsani, 26,
por exemplo, teve de organizar
recentemente uma festa para um
cliente -uma empresa de imagem e de material fotográfico. Ela,
entretanto, não foi a responsável
por conseguir as mesas ou contratar os garçons, o que é terceirizado, mas teve de pensar no "conceito" do evento de acordo com a
imagem que pretendia passar.
"A empresa tinha patrocinado a
restauração do acervo de um fotógrafo importante e tinha feito um
livro. Aproveitamos a sua festa
anual para posicioná-la como
apoiadora da cultura. Então criamos um conceito para o evento, e
tudo -dos convites aos garçons- tinha a idéia de "recuperar
o passado com a tecnologia do futuro". O evento tem de ter uma
função, não é a festa pela festa. É
uma ferramenta para trabalhar o
posicionamento da empresa."
O próprio patrocínio pode ser
definido pelo profissional de relações públicas, tendo em vista a estratégia de comunicação adotada.
Uma empresa tem de se comunicar com seus diversos públicos
-os funcionários, os acionistas, a
comunidade ao redor de sua fábrica, o Estado, a imprensa e o
restante da sociedade. Como conseguir manter um relacionamento positivo com todos e integrando diversas ferramentas de comunicação é a função do profissional
de relações públicas.
"Quando uma empresa instala
uma fábrica em uma região, ela
tem de se integrar com os moradores. Nós, então, promovemos
algumas ações, como visitações."
Uma das ferramentas mais comuns da relações públicas, segundo ela, é a assessoria de imprensa,
que é a intermediação entre as
empresas e os meios de comunicação. "Antes, o mais comum era
o trabalho de assessoria de imprensa, mas agora as empresas estão se conscientizando da importância de um trabalho mais amplo
de comunicação", disse Flávia.
Essa antiga ênfase na assessoria
foi responsável, segundo ela, pelo
seu primeiro baque na profissão.
"A gente vê na faculdade grandes
projetos integrados, a importância do planejamento estratégico,
mas acabava fazendo apenas assessoria de imprensa. Agora está
melhorando, mas o dia-a-dia não
é só estratégico, tem coisas mais
simples também."
O primeiro trabalho que o estagiário faz em uma agência de relações públicas, geralmente, é o
chamado clipping, que é o acompanhamento das notícias veiculadas pela imprensa. "Para ganhar
experiência, é muito importante
entender como funcionam os veículos", afirma.
Um dos trabalhos mais importantes sob responsabilidade do
relações-públicas é o gerenciamento de crise, em que é montada
uma estrutura para atender os casos de emergência. Além disso,
são feitos treinamentos em que
são testadas as reações das pessoas envolvidas. Para isso é feita
uma simulação, por exemplo, de
um vazamento de produto químico, em que a empresa, além das
providências de segurança, tem
de dar informações para a imprensa, para o governo, para ambientalistas e outros interessados.
"Nessa situações, de forma nenhuma pode-se mentir. Temos de
dar as informações certas e de forma clara para evitar mal-entendidos. É algo difícil de coordenar, e
treinamos com uma espécie de
teatro", disse ela.
(AN)
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