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GEOLOGIA
Material recolhido em perfuração mostra condições do solo
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de trabalhar com ambiente, o geólogo José Cláudio
Rodrigues Lourenço Júnior, 26,
não se encaixa no cotidiano de ar
puro e contato com a natureza.
Afinal, se tudo está bem, sua presença não é tão necessária quanto
em casos de vazamentos de produtos químicos, por exemplo.
Ele trabalha no departamento
de pesquisa e desenvolvimento da
CSD Geoklock fazendo avaliação
de contaminações de áreas. Em
uma indústria química um composto pode vazar de uma tubulação, se infiltrar no solo e pode
chegar a um lençol de água. "Um
fabricante de fertilizantes pode
nos procurar porque precisa saber se um terreno está contaminado. A partir disso, nós fazemos
um plano de investigação."
O geólogo, então, vai a campo.
Não o campo bucólico imaginado
pelo vestibulando, mas, muitas
vezes, fábricas antigas, postos de
gasolina e terrenos onde só se pode entrar com máscaras. Lá, ele
comanda a perfuração de poços
para a retirada de material que será, depois, encaminhado para
análise de laboratório. "Às vezes,
planejamos furar 15 metros, mas
percebemos que é necessário
mais. Só ao lado da sonda, na hora
da perfuração, é que se descobre
um monte de coisa. Tem que ver o
solo saindo. Além disso, no local
mesmo, fazemos medições simples, como a do pH."
Ele ainda tem de se preocupar
com a segurança dos locais investigados. "Tenho que isolar a área e
determinar as medidas de segurança. Não vou deixar o funcionário da sonda ficar de chinelo se sei
que o solo está contaminado."
Após os resultados das análises
laboratoriais, o geólogo faz o tratamento dos dados no computador, com o uso de modelos matemáticos, para ver a chamada pluma (dispersão do poluente pela
área). "Nós vemos a direção e a
velocidade desses elementos. Um
lençol de água se movimenta e
pode levá-los até um rio."
O que fazer para recuperar a
área pode ser o próximo passo,
dependendo do caso. "Podemos
determinar a retirada de uma camada de terra ou o bombeamento
da água do lençol ou a construção
de uma barreira, por exemplo."
Com atividades tão diferentes, a
atuação de Lourenço Júnior se divide entre o escritório e o campo.
"Nos nove meses deste ano, devo
ter passado uns três meses no
campo e uns seis no escritório. O
geólogo tem de ter muita disponibilidade para viajar", disse ele.
Essa disponibilidade, segundo
ele, é necessária desde a faculdade, quando cerca de cem dias letivos são passados em viagens.
Durante a graduação feita na
Unesp, ele pôde conhecer outras
áreas de atuação do geólogo, como a mineração. "Trabalhei com
mineração de argila para uso em
indústria de pisos. A atuação em
outras áreas é parecida. Na mineração, o geólogo também cava poço, retira amostra, manda para
análise, mas o fim é outro."
(AN)
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