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"Quem não tem horário fixo trabalha mais"
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelas pilhas de documentos
que ocupam boa parte da mesa
do promotor José Carlos de
Freitas, tem-se uma idéia do
volume e do tipo de trabalho
que ele desempenha.
Apenas um dos 230 casos que
ele comanda atualmente ocupa
68 volumes, colocados em cima
de um armário em sua sala. Isso sem contar os outros sete
volumes levados para sua casa,
onde também acaba trabalhando. "Minha casa acabou virando uma extensão do trabalho.
Às vezes, preciso de concentração para estudar um caso, sem
telefone tocando, sem gente
entrando na sala."
Por isso, apesar de não ter horário para entrar e para sair, ele
acaba estendendo a jornada de
trabalho. "Quem não tem horário fixo acaba trabalhando
mais, porque leva serviço para
casa." De certa forma, segundo
ele, nem durante o sono consegue se desligar dos processos.
"Acontece de eu acordar de
madrugada e encontrar a solução para um problema que tinha estudado durante horas."
Esses estudos, muitas vezes,
levam tardes inteiras apenas
para ler as informações que
servirão de base para as decisões do promotor, como um
arquivamento do processo ou
uma ação civil. "Às vezes, passo
uma tarde inteira em cima de
documentos e não consigo
nem terminar de ler. É preciso
um bom tempo de ruminação
dos dados, para pensar nas estratégias, na jurisprudência."
Além dos laudos técnicos, e
das outras informações de cada
caso, ele também tem de estudar a legislação que trata do assunto. Como as leis podem ser
desde municipais até federais,
acompanhar as mudanças já é
um trabalho e tanto. "A maior
dificuldade é conhecer a legislação e as mudanças. A internet
ajuda, mas nem tudo é colocado nos sites oficiais."
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