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EDUCAÇÃO FÍSICA
Ser atleta não é pré-requisito para ensinar esportes
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos 22 anos e recém-formado
em educação física, Reverson Pimentel já tem uma rotina digna
de um profissional experiente.
Acorda às 5h da manhã, às 6h
está na academia de um hotel no
Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo), onde é personal trainer. Às
14h, já está do outro lado da cidade, em Itaquera (zona leste), no
centro de treinamento do Corinthians, onde é preparador físico
do time infantil. Três vezes por semana, por volta das 19h30, volta
ao hotel, onde fica até as 22h30.
"Minha rotina é bem agitada,
como é a da maioria dos profissionais da área, que, geralmente,
têm mais de uma ocupação. Isso é
comum", afirma.
Pimentel começou a trabalhar
no Corinthians no segundo ano
da faculdade, como estagiário
(auxiliar de preparador).
Ele conta que sempre foi atleta
-foi goleiro dos times infantil e
juvenil do São Caetano e do São
Paulo-,mas abriu mão de tentar
a carreira de jogador profissional
para investir em uma profissão
que considera mais segura e estável. "As chances de prosperar como jogador profissional são pequenas. É o sonho de todos, mas
poucos chegam lá. Não dava para
arriscar. Além disso, quero ter
uma carreira para a vida inteira."
Isso não significa que Pimentel
pense em deixar o futebol. Ele planeja ser técnico -foi um dos motivos pelos quais escolheu a faculdade de educação física, já que,
hoje, para ser técnico de futebol
no Brasil, é preciso ter registro no
Conselho Regional de Educação
Física e, para isso, ser formado.
Pimentel já começou a fazer
pós-graduação em treinamento
esportivo e diz que, hoje em dia, já
não se considera um atleta. Joga
futebol nos fins de semana, mas
apenas como lazer, e procura
manter uma alimentação balanceada para não perder a boa forma. "Isso é até uma prova de que
não é preciso ser atleta para fazer
faculdade de educação física. Assim como ninguém sairá atleta do
curso", afirma.
De acordo com ele, muitos na
sua turma não praticavam nenhuma atividade física antes de
ingressar na faculdade. "O curso é
composto de 70% de teoria.
Aprendemos sobre todos os esportes e como ensiná-los, além
das matérias sobre o corpo humano -como anatomia e fisiologia", explica Pimentel.
O mercado para os formados
em educação física não se restringe a dar aulas, diferentemente do
que muitos imaginam.
Além de dar aulas particulares,
em academias e em escolas, o profissional pode trabalhar em clínicas de reabilitação, com recreação
infantil, com ginástica laboral em
empresas, na recuperação de
doentes cardíacos em hospitais,
em marketing esportivo e até em
laboratórios de pesquisas.
(MS)
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