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Para maioria, brasileiros são mais bonitos que orientais
DA REDAÇÃO
A imagem valorizada em termos éticos e morais que os imigrantes e descendentes de japoneses fazem de si não corresponde à auto-avaliação quando
se trata do quesito beleza.
De acordo com a pesquisa do
Datafolha, quando questionados sobre se concordam que os
descendentes nascidos no Brasil são mais bonitos em relação
à média dos brasileiros, a maioria (57%) discorda -32%, totalmente, e 25%, parcialmente.
"No país do culto ao corpo
perfeito, ser oriental retrai
quem não se identifica com o
padrão "loira da cerveja" que é
propagado pela mídia", diz o
psicólogo Fábio Cardias.
Foi em busca de um outro padrão de beleza que a representante de laboratório Noeli Nonaka, 29, decidiu fazer uma
"cirurgia de ocidentalização".
Fez dobrinhas nas pálpebras,
que "aumentam" os olhos; operou o nariz, antes "achatado como batatinha"; e inseriu "um
pouco de prótese nos seios".
"Não me achava feia, mas
considero o ocidental muito
mais bonito do que o japonês."
Também tinge o cabelo, fez
permanente nas madeixas e
usa lentes de contato coloridas.
"Quero que me olhem e vejam
como sou diferente. O fato de as
pessoas falarem que japonês é
tudo igual talvez tenha me influenciado nesse processo."
Já a farmacêutica Talita Gakiya Medvedchikoff, 24, descendente de russos e de japoneses, não reclama de ter puxado
mais seus avós orientais.
"Pelo sobrenome, as pessoas
esperam a "loirona nórdica".
Mas estou satisfeita como sou.
Tenho orgulho de ser oriental",
diz ela, que participa de concursos de miss e é modelo.
Se pudesse escolher um traço
dos bisavós russos, pediria apenas alguns centímetros a mais
do que seu 1,60 m.
(CA)
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