São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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"Sou diferente, porque a gente pega o caráter dos pais"

ALEXANDRE TANAMATE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Meus antepassados vieram para o Brasil para serem agricultores. Os Tanamate eram plantadores de arroz no interior do Mato Grosso do Sul. Nasci em Fernandópolis (553 km de São Paulo). Viemos para a capital quando eu tinha 5 ou 6 anos. Meus pais montaram uma quitanda, onde eu trabalhava nos finais de semana.
Meus pais eram sossegados em relação ao estudo. O negócio era trabalhar. Quando eu tinha 17 anos, o dono de um restaurante japonês, cliente nosso na quitanda, me chamou para trabalhar com ele. Aprendi a cozinhar e a fazer limpeza. Eu não conhecia de fato a cozinha tradicional.
A linha em que estou hoje é a de que mais gosto: meu estilo é mais de criação. Na cozinha japonesa, que é muito detalhada e perfeccionista, mesmo o tradicional já é criativo.
O japonês tem uma filosofia de vida: é mais quieto e centrado. Apesar de eu ser brasileiro, sou diferente, porque a gente pega o caráter dos pais. Mas também gosto de música brasileira, de jogar futebol, de baladinha, de boteco.


ALEXANDRE TANAMATE, 35, sushiman do JAM Warehouse, é bisneto de japoneses


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