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"Sou diferente, porque a gente pega o caráter dos pais"
ALEXANDRE TANAMATE
ESPECIAL PARA A FOLHA
Meus antepassados vieram
para o Brasil para serem agricultores. Os Tanamate eram
plantadores de arroz no interior do Mato Grosso do Sul.
Nasci em Fernandópolis
(553 km de São Paulo). Viemos
para a capital quando eu tinha 5
ou 6 anos. Meus pais montaram uma quitanda, onde eu trabalhava nos finais de semana.
Meus pais eram sossegados
em relação ao estudo. O negócio era trabalhar. Quando eu tinha 17 anos, o dono de um restaurante japonês, cliente nosso
na quitanda, me chamou para
trabalhar com ele. Aprendi a
cozinhar e a fazer limpeza. Eu
não conhecia de fato a cozinha
tradicional.
A linha em que estou hoje é a
de que mais gosto: meu estilo é
mais de criação. Na cozinha japonesa, que é muito detalhada
e perfeccionista, mesmo o tradicional já é criativo.
O japonês tem uma filosofia
de vida: é mais quieto e centrado. Apesar de eu ser brasileiro,
sou diferente, porque a gente
pega o caráter dos pais. Mas
também gosto de música brasileira, de jogar futebol, de baladinha, de boteco.
ALEXANDRE TANAMATE, 35, sushiman do
JAM Warehouse, é bisneto de japoneses
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