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Getulismo em baixa no governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT só nasceu porque o getulismo deu condições para
que existisse um sindicalismo
forte na região do ABC, em São
Paulo, mas o legado deixado
por Getúlio está completamente em baixa na cúpula petista
em Brasília.
O presidente Lula preferiu
não se pronunciar a respeito
quando consultado pela Folha.
O ministro Luiz Gushiken, da
poderosa Secom (Secretaria de
Comunicação de Governo e
Gestão Estratégica), recusou-se
a falar até da obrigatoriedade
do programa "A Voz do Brasil". Segundo sua assessoria, esse assunto é tema para o Congresso debater. E sobre outros
aspectos do getulismo? A Secom recomendou que a Folha
procurasse o presidente do
BNDES, Carlos Lessa.
O ministro da Casa Civil, José
Dirceu, também prefere não se
pronunciar publicamente sobre o que acha do legado getulista. Em reserva, fala sempre
sobre a necessidade de uma reforma trabalhista profunda.
Ricardo Berzoini, ministro
do Trabalho, falou à Folha sobre a única proposta que já é
pública no governo Lula: a reforma sindical, que deve ser enviada para o Congresso ainda
neste ano -propondo o fim da
unicidade sindical (só um sindicato por categoria) e do imposto sindical e a redução do
poder normatizador da Justiça
do Trabalho.
"O PT rompeu com o getulismo há muito tempo. Desde
quando surgiram setores dinâmicos no sindicalismo -metalúrgicos, bancários e químicos-, no início da década de
80, que desafiaram o poder dos
governos da época", explica
Berzoini.
(FR)
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