|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COPA DE 1998
Ronaldo, derrota, crise
Quem conta a história abaixo é
Ricardo Teixeira, durante um bate-papo com jornalistas no dia 17
de abril último, em Lisboa:
"Eu me lembro nitidamente,
como se fosse hoje. Quando desci
das tribunas e entrei no vestiário
vi o Ronaldo sentado, já de meia e
chuteira, só de sunga, com calção
na canela. Perguntei como ele estava. Ele disse: "vou arrebentar
presidente". Aí fui para uma sala
ao lado, onde estavam o Zagallo
[técnico", o Lídio Toledo [médico"
e o Fábio Koff [chefe da delegação
na Copa-98"".
O episódio ocorreu momentos
antes da final da Copa do Mundo
da França. O jogador havia tido
uma crise nervosa na tarde que
antecedeu a partida e fora levado
para um hospital de Paris.
Era a segunda vez que Teixeira
entrava em ação para apagar incêndios. "Foram me chamar à tarde, dizendo que o Ronaldo tinha
tido um piripaque, que estava
mal. Fui para o local da concentração e dei de cara com ele, com
um Gatorade sabor laranja na
mão, dizendo que estava tudo
bem. Depois, fui para o estádio."
O trio Zagallo, Toledo e Koff informou ao dirigente que Ronaldo
iria jogar, mas que a escalação já
havia sido entregue à Fifa com o
nome de Edmundo. "Fui até o
gramado e consegui mudar."
Talvez, se soubesse o que o episódio desencadearia em sua vida,
o dirigente teria tido uma participação mais ativa. Com Ronaldo, o
Brasil perdeu da França por 3 a 0.
Dois anos depois, a escalação do
atacante, maior estrela da Nike no
futebol, seria um dos combustíveis para a instalação das CPIs
que devassaram o dirigente.
Texto Anterior: Na ida, 3 toneladas; na volta, no 'vôo da muamba', 14 toneladas Próximo Texto: Entre Técnicos: Romário vai, Romário fica Índice
|