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Mais de 2.700 prefeitos brasileiros concorrem à reeleição
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quase metade dos atuais 5.562
prefeitos concorre à reeleição, segundo levantamento feito pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
a partir de informações dos próprios candidatos.
Eles são 2.729 prefeitos
(49,06%), conforme estatística do
tribunal, apurada com base em
formulário preenchido pelos candidatos e que inclui uma pergunta
sobre a reeleição. O número pode
conter alguma imprecisão se alguns tiverem marcado esse item
incorretamente.
Os partidos recordistas em candidatos à reeleição são PMDB
(559), PSDB (510), e PFL (447), seguidos por PP (276), PTB (221),
PL (193), PT (151), PPS (137) e
PDT (124), informou o TSE.
O risco de uso da máquina administrativa por parte deles é uma
das maiores preocupações dos
ministros do TSE, por causa da
dificuldade de controle de abusos
nas cidades do interior, onde freqüentemente não há oposição ou
ela é inexpressiva.
"A Justiça Eleitoral deve ser
muito firme e severa na fiscalização do candidato que é chefe do
Poder Executivo, porque pode
haver desequilíbrio na disputa se
ele colocar a máquina administrativa a serviço da candidatura",
disse à Folha o vice-presidente do
tribunal, Carlos Velloso.
Indagado se o país estava preparado para a reeleição, instituída
em 1997, Velloso disse: "Nunca
estamos totalmente preparados
para uma mudança. O fundamental é que as instituições possam cuidar para que elas sejam
sempre para melhor. Daí a grave
responsabilidade da Justiça Eleitoral neste momento."
O receio de que candidatos à
reeleição desequilibrem a disputa
é reforçado pelo presidente da
Campanha Nacional de Combate
à Corrupção Eleitoral e conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Delosmar Domingos de Mendonça Júnior. A campanha reúne entidades civis como
OAB e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"A cultura do clientelismo no
Brasil existe desde o Império.
Agora pode haver candidato com
a caneta na mão. O risco de abusos é maior em prefeitos do que
em governadores e presidente da
República e maior ainda nos municípios pequenos, onde a fiscalização é menor."
A reeleição passou a fazer parte
do sistema político brasileiro em
1997, quando foi aprovada uma
emenda constitucional instituindo-a. Na época, o Congresso chegou a cogitar a exclusão dos prefeitos, mas recuou diante da pressão política deles.
O TSE disse que não dispõe do
número de prefeitos que disputaram a reeleição em 2000 nem de
quantos efetivamente conquistaram o segundo mandato.
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