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ATENAS 2004
Wada inicia testes fora de competição com o mesmo rigor dos controles que serão feitos durante os Jogos
Agência aperta cerco ao doping olímpico
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de agora e até o fim dos
Jogos de Atenas, a fiscalização antidoping será mais rigorosa.
Desde anteontem, quando foi
oficialmente aberta a Vila Olímpica, todos os atletas que irão participar do evento na Grécia, que começa no dia 13, estão sujeitos a fazer exames de surpresa com as
mesmas regras dos testes realizados durante as competições.
A mudança parece tênue, mas
não é. As amostras colhidas fora
de competição não passam por
análise para vários tipos de substâncias proibidas, como estimulantes, narcóticos com poder
analgésico -como a heroína e a
morfina- e drogas sociais.
É a primeira vez que uma Olimpíada terá tal rigor antidoping.
"Em Sydney [2000] e em Salt
Lake [nos Jogos de Inverno, em
2002], fizemos testes fora de competição nos meses que antecederam o evento. Neste ano iniciamos o programa em janeiro", disse à Folha Frédéric Donzé, gerente de comunicações da Wada.
"No entanto é a primeira vez
que fazemos os exames fora de
competição nos atletas, durante o
período da Olimpíada, baseados
na mesma lista de substâncias e
métodos proibidos seguida durante as competições", completa.
O segredo para não ser flagrado
às vésperas de um evento tão importante poderia ser treinar em
algum rincão do mundo, dificultando o acesso do controle de doping. Não é bem assim. Os competidores são obrigados a fornecer os locais em que podem ser localizados durante a preparação.
"Um atleta que esteja treinando
na Europa no dia 20 de agosto,
por exemplo, e que não tenha viajado ainda para Atenas, está sujeito aos mesmos controles de um
competidor já registrado na Vila
Olímpica", explica Donzé.
A ação da Wada visa coibir novas fraudes esportivas. Desde
2003, quando foi anunciada a descoberta do THG, um esteróide
anabólico especialmente desenvolvido para burlar os exames antidoping, vários atletas de ponta
foram punidos, após exames positivos, ou postos sob suspeita.
As pistas de Atenas não verão o
inglês Dwain Chambers, recordista europeu dos 100 m, e a norte-americana Kelli White, que teve
os ouros dos 100 m e 200 m do
Mundial de Paris-03 cassados por
doping. Os dois estão suspensos.
Investigado por ligações com o
Balco, laboratório que fornecia
drogas proibidas a atletas, Tim
Montgomery, recordista mundial
dos 100 m, não obteve vaga olímpica na seletiva norte-americana,
no mês passado. Marion Jones,
sua mulher, dona de cinco medalhas em Sydney-2000, disputará
só o salto em distância na Grécia.
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